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CRÔNICAS CURTAS – Não agradou nem a aliados; Mentiras de Lula no debate; As barbeiragens de Lula; Chega de vitimismo; O agronegócio reage; Propostas dos presidenciáveis à segurança pública

Não agradou nem a aliados

Aliados do candidato do PT, Lula da Silva, consideraram ruim o desempenho do petista no debate dos candidatos à Presidência da República, domingo (28), na Band. Não conseguiu administrar o tempo, não conseguiu responder Jair Bolsonaro (PL), que o chamou de ex-presidiário. Questionado se dará espaço às mulheres em um eventual governo, caso vença a eleição, Lula tropeçou: “Eu acho que é possível fazermos isso, mas não vou me comprometer com isso”. Para aliados, Lula perdeu a chance de destacar ações feitas em defesa das mulheres nas ocasiões em que foi presidente da República.

Aliás

O candidato Jair Bolsonaro, por sua vez, não perdeu a oportunidade para destacar suas ações. “Eu defendo a família, eu sou contra a liberação de drogas. Eu defendo as mulheres. Quando eu defendo as armas, no campo em especial, é para as mulheres se defenderem. Eu dei mais de 370 mil títulos de reforma agrária no Brasil e mais de 90% desses títulos foram para mulheres. Das cerca de 20 milhões de pessoas que recebem auxílio, cerca de 15 milhões são mulheres”, disse Bolsonaro. E completou: “O nosso governo faz por todos. Não divide. Nós somos um só país, uma só pátria. Por que me atacar? Seria porque eu acabei com a harmonia da corrupção?”

Mentiras de Lula

O candidato do PT à Presidência da República, Luiz Inácio Lula da Silva, “mentiu no debate da Band na noite de domingo (28), ao afirmar que foi absolvido em todos os processos que respondia na Justiça”. Lula fez a manifestação mais de duas vezes durante o debate. “Fui absolvido em todos os processos. Fui absolvido na ONU, na primeira e na segunda instâncias e duas vezes na Suprema Corte. Agora, sou o único inocente que paga o preço de ser inocente”, disse. Lula ficou preso por quase dois anos, na sede da Polícia Federal, em Curitiba, por ações envolvendo a Operação Lava Jato. Entre 2017 e 2019, Lula foi condenado ‘por lavagem de dinheiro e corrupção passiva’, em três instâncias, julgado por nove juízes. Mas em 2021 teve as sentenças anuladas por Edson Fachin, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em razão de entendimento de erro processual por incompetência de foro (probleminha no CEP – o foro seria Brasília e não Curitiba). Tá, valeu o pretexto, foi um erro processar e julgar Lula em Curitiba. “Parece” planejado, em janeiro p.p., a 12ª Vara Federal Criminal do Distrito Federal arquivou ação contra Lula, em razão da extinção da punibilidade pela prescrição da pretensão punitiva.

Suspeição do ex-juiz

Em junho de 2021, o STF considerou Sergio Moro parcial no caso do triplex e anulou também aquela condenação. O entendimento sobre parcialidade se estendeu a outros processos e todas as ações voltaram à estaca zero. “Os procedimentos não significam que Lula tenha sido absolvido, visto que as decisões foram por anulação e arquivamento das sentenças”. Das 11 ações mais conhecidas que Lula foi alvo da Justiça durante o período em que foi presidente da República, o petista só conseguiu ser absolvido em três, isso porque faltaram provas. As demais, todas se incluem nos casos de arquivamentos, erros processuais ou foram suspensas. E tem mais, diferentemente do que afirmou no debate o candidato petista, Lula nunca foi julgado pelo Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).

Chega de vitimismo

Durante o debate, o candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), afirmou que seu governo foi o que mais aprovou leis em defesa das mulheres, e que é preciso que haja um fim nos processos de vitimismo. Ao ser perguntado pela também candidata, Simone, “o que faz o senhor ter tanta raiva de mulheres”, Bolsonaro respondeu: “Me acusa sem prova nenhuma. Qual estuprador? Porque essa fama barata de me acusar como se eu não gostasse de mulheres. Nós somos o governo que mais sancionou leis em defesa das mulheres”, afirmou Bolsonaro. Lembrando as duas médicas que foram hostilizadas na CPI da Covid-19, Bolsonaro questionou a candidata, senadora Simone: “Onde estava a senhora, que era integrante da CPI da Covid? Escondida? Não foi lá defender as mulheres. Duas mulheres”. “Discurso barato de que eu agrido as mulheres não cola mais. Se uma mulher fizer algo errado, ela tem de responder por isso e não ser defendida só porque é mulher. ‘Chega de vitimismo’. Somos todos iguais. E eu tenho certeza de que grande parte das mulheres do Brasil me amam, afirmou o presidente.

As barbeiragens de Lula

Num evento de campanha, dia 20 de agosto, no Vale do Anhangabaú, em São Paulo, Lula discursou para cerca de 4 mil pessoas e, em meio ao discurso, ele surpreendeu a todos ao se referir à violência contra mulheres. Disse Lula: “Quer bater em mulher? Vá bater em outro lugar, não dentro da sua casa”. Que fala desastrosa! Em outro momento do discurso, Lula disse: “Quando quero conversar com Deus, não preciso de padres ou pastores. É assim que a gente tem que fazer para não escutar mentiras”. As falas, mais uma vez, caíram muito mal. Esse palavrório se soma a uma verdadeira sucessão de barbeiragens que Lula tem cometido nos últimos meses. A afirmação de que Jair Bolsonaro “não gosta de gente, só gosta de policial”, dita por Lula no fim de abril, ainda não foi contornada com a categoria. A frase azedou o clima, mas Lula não retirou o que dissera e nem pediu desculpas. Apenas disse: às vezes a gente tem que pedir desculpas.

Sérias chances

Dado a esse palavreado do candidato presidencial, Lula da Silva, o escritor Paulo Coelho, um dos cabos eleitorais do petista, se manifestou: “Se Lula continuar com essa incontinência verbal, e se não investir em comunidades sociais de maneira inteligente e profissional, vai permitir que o atual inquilino do Planalto (Jair Bolsonaro) tenha sérias chances de reeleição”. A avaliação dos aliados é que Lula “não tem mais filtro”.

Agronegócio reage

Associações do agronegócio reagiram aos ataques de Lula ao agronegócio, no Jornal Nacional, dia 26 de agosto, chamando o setor de “fascista” e “direitista”, responsável pelo desmatamento. A Associação Brasileira dos Criadores de Zebu, que representa 22 mil produtores rurais e tem mais de 20 escritórios no país, reagiu dizendo que “o candidato mentiu ao afirmar que os produtores são ‘a favor do desmatamento”. “A pecuária e a agricultura brasileiras são reconhecidas pela importância fundamental para a segurança alimentar do mundo. Dedicamos a vida para assegurar a sobrevivência da humanidade”, disse o presidente da entidade. Já, para a Federação de Agricultura e Pecuária do Ceará, “ao qualificar o agronegócio como ‘fascista”, o candidato Lula demonstra um completo desconhecimento da realidade e da grandeza de um setor que gera milhões de empregos e traz bilhões em divisas ao Brasil”.

Nos deixe em paz

“Diferentemente do candidato, que nega o assalto aos cofres públicos da nação quando esteve no poder – crime confessado por seus partidários -, os produtores rurais que fazem o agro brasileiro são trabalhadores incansáveis”, observou a Faec. “As palavras do candidato não mudarão a realidade. Ao mesmo tempo em que repudia suas declarações contra o agronegócio, a Faec conclama o candidato a deixar quem quer produzir e gerar renda em paz”.

Presidenciáveis e a segurança

Em seus planos de governo entregues ao Tribunal Superior Eleitoral, candidatos mais bem colocados nas pesquisas à Presidência da República, destacam algumas propostas sobre segurança pública como questões prioritárias. Veja a síntese:

Ciro Gomes (PDT)

O pedetista Ciro Gomes quer colocar em prática o Sistema Único de Segurança Pública (Susp), objetivando padronizar os procedimentos no setor, compartilhamento de informações e promover troca de conhecimentos técnicos e científicos. Redesenhar a política sobre drogas de modo a priorizar a redução de riscos e danos, com foco na elevação das taxas de ressocialização da população carcerária. Reestruturar carreiras policiais por meio da qualificação e aprimoramento dos agentes. Incluir na Política Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, o Plano Nacional de Prevenção e Enfrentamento à Violência contra a Mulher.

Jair Bolsonaro (PL)

Uma das propostas de Jair Bolsonaro na segurança pública para preservação da vida é o acesso a armamentos. Ampliar o direito fundamental à legítima defesa e à liberdade individual, em especial ao fortalecimento dos institutos legais que assegurem o acesso à arma de fogo. Aumentar o investimento em órgãos de segurança pública, nas Forças Armadas e aperfeiçoar planos de carreira e de remuneração dos agentes. Buscar soluções para proteger as pessoas que vivem no campo, bem como seus equipamentos e insumos. Ampliar ações de regularização fundiária, garantindo o direito à propriedade, reduzindo os conflitos no campo e as invasões.

Lula (PT)

O petista promete pautar pela qualificação da ação policial e priorizar a prevenção, a investigação e o processamento de crimes e violências contra mulheres, juventude negra e população LGBTQIA+. Implantar e aprimorar o Sistema Único de Segurança Pública, modernizar estratégias, instrumentos e mecanismos de governança e gestão. Implantar política sobre drogas intersetorial e focada na redução de riscos, na prevenção, tratamento e assistência ao usuário. Substituir o atual modelo bélico de combate ao tráfico por estratégias de enfrentamento e desarticulação das organizações criminosas. Reformular os processos de seleção e formação de policiais.

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