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CRÔNICAS CURTAS – Homicídios crescem no RS; O voto é direito ou obrigação? Confiança nos políticos; Ironias do padre; Erro de estratégia; Curiosidades políticas

Homicídios crescem no RS

Em meio a uma onda de violência no Estado, o governo divulga os indicadores criminais referente a agosto de 2022. Segundo os dados, foram 152 assassinatos em agosto, uma alta de 32,2% frente os 115 do mesmo mês em 2021. No acumulado, o Estado soma 1.088 homicídios, onze a mais que nos oito meses do ano passado. Em Porto Alegre, em agosto, os homicídios subiram de 13 no ano passado para 26 neste ano. No acumulado, a Capital registrou aumento de 7,1%, subiu de 183 para 196. Quanto aos latrocínios, houve redução de 25% no Estado, em agosto, quatro em 2021 e três neste ano. No acumulado de oito meses, roubos com morte, passaram de 43 para 35, uma redução de 18,6%. Os feminicídios também tiveram queda em agosto, em relação a agosto do ano passado. O número de vítimas caiu 50%, de 14 para 7 casos. Porém, a redução do mês ainda não foi capaz de reverter o acumulado do ano. Neste ano, de janeiro a agosto, foram 75 mulheres assassinadas por questão de gênero no Rio Grande do Sul, três a mais que nos oito meses iniciais de 2021, o que representa uma alta de 4,2%.

Aliás

É o sobe e desce da criminalidade. O levantamento divulgado apresenta, entre outros quatro indicadores de violência contra a mulher, além do feminicídio, a redução nas lesões corporais, estupros e ameaças. Já nas tentativas de feminicídios foi verificado um caso a mais em relação a agosto do ano passado, de 22 para 23 este ano.

O voto é direito ou obrigação?

O voto em uma democracia exemplar deveria ser um direito do cidadão, e não uma obrigação. A Constituição Federal, em seu artigo 14, diz que “a soberania popular será exercida pelo sufrágio universal e pelo voto direto e secreto, com igual valor para todos”. Perfeito, porém fraquejou quando em seguida diz que será “obrigatório” para os maiores de dezoito anos. Obrigatoriedade do voto tem correlação com o autoritarismo, com imposição. A obrigatoriedade de votar foi iniciada em 1965 num ambiente de regime forte quando os militares estavam no poder. Mas a decisão de votar ou não votar, deveria ser do cidadão e não do estado. O estado existe para servir ao indivíduo e não para lhe impor certas obrigações contrariando seus direitos e sua liberdade.

O voto da mulher

Até a década de 30, mulheres não tinham o direito de votar. Em 1932, decreto do então presidente Getúlio Vargas que criou a Justiça Eleitoral, contemplou o direito de voto da mulher, um grande avanço institucional e democrático, e não era obrigatório. Em 1933, portanto há 89, as mulheres puderam, pela primeira vez, votarem e serem votadas. A Constituição de 1934 consolidou o voto feminino, mas era facultativo. Em 1965, tornou-se obrigatório, sendo equiparado ao dos homens.

O voto do analfabeto

Em 1985, no primeiro ano de governo civil após o período militar, através de Emenda Constitucional, ficou garantido também aos analfabetos o direito de votar. É discutível, mas ao invés de dar direito de voto ao analfabeto, que tal erradicar o analfabetismo?  São 11 milhões de analfabetos que deveriam receber especial atenção dos governos.

Confiança nos políticos

O eleitor fica perdido diante de mais de 30 partidos sem clareza de atuação e posições ideológicas, onde, parecidas ou diferentes propostas e promessas de candidatos são feitas, mas jamais serão cumpridas. Na maioria das vezes os discursos são abandonados, promessas para conquistar votos que encheram pessoas de esperança são esquecidas e o eleitor decepcionado perde a confiança nos políticos.

Exercício de escolha

O voto de cada cidadão ou cidadã é a maior contribuição para a causa do país onde se vive. O momento do voto é de grande responsabilidade, por isso cada eleitor deveria fazer um exercício de escolha dos melhores candidatos, independentemente de viés ideológico, fazendo se representar por pessoas de ilibada reputação, ficha limpa, não envolvidas em crimes ou corrupção e com passado que lhe recomende. O eleitor deve se sentir seguro em escolher um político que venha defender os interesses coletivos.

Voto branco/nulo

Já que o eleitor é obrigado a votar (comparecer à seção eleitoral), deve fazer valer essa ida até lá e depositar na urna o seu voto que, mais do que um direito, é um compromisso de cidadania, de exercer o poder-dever de escolha. Para isso, deve o eleitor fazer previamente uma detida análise dos candidatos, e evitar votar em branco ou anular seu voto, pois esse posicionamento certamente não será o melhor. Escolha um candidato e vote de acordo com a sua consciência. Isso é exercício da cidadania.

Desconfiança

Um certo número de eleitores, cidadãos que são de fato o povo, vê com desconfiança o sistema de urnas eletrônicas sem comprovação do voto em papel. Só que criticar o atual sistema de votos propondo melhorias é quase um crime, pois a justiça eleitoral defende as urnas como se perfeitas fossem. Aliado a isso, temos a intensa polarização entre os principais candidatos, o que poderá levar eleitores a manifestar seu descontentamento no voto nulo ou em branco. Sugiro que, em vez disso, o eleitor opte, nem que seja pelo menos ruim, mas vote em um dos candidatos, não se omita, participe.

Ironias do padre

Segundo o jornal Estado de Minas, desta terça-feira (13), em cerimonial religioso, ao comentar sobre um ataque cibernético que a paróquia havia sofrido, o padre Francisco de Assis Souza, da paróquia Primogênita do Coração, na abrangência da Arquidiocese de Aracaju, ironizou: “Parece que a única coisa realmente segura é a urna eletrônica, porque no resto, qualquer hacker pode entrar”. E acrescentou: “O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) deveria compartilhar conosco a tecnologia, pois nem a ‘Nasa’ consegue entrar”. No final da matéria, o jornal ameniza: Apesar de o vídeo do padre ser verdadeiro, não existem indícios de fraude nas urnas.

Erro de estratégia

Duas candidaturas da extrema direita gaúcha ao governo do estado é erro primário de políticos experientes. Podem com isso estarem entregando a eleição a Eduardo Leite (uma mescla de centro/esquerda e centro/direita), e o senado, ao Olívio Dutra, da extrema esquerda. Quanto ao executivo, o risco ainda não é tão severo, eis que haverá segundo turno e as coisas podem se encaixar favoravelmente. Mas para o senado “não tem segundo turno”, é tudo ou nada no primeiro turno, aí enquanto o General Mourão, Comandante Nádia e vários eleitores de Ana Amélia, os mais identificados com o centro-direita ficam dividindo votos, Olívio sairá na vantagem. Só terá um jeito, “o voto útil”, visando garantir a eleição do candidato a senador Hamilton Mourão.

Tendências locais

Em Santo Augusto, dos partidos políticos constituídos no município e registrados com Diretório Municipal ou Comissão Provisória na Justiça Eleitoral, o MDB, PT, PDT e União Brasil, têm seus candidatos próprios à presidência da República, enquanto PP, PSDB e Cidadania, fazem parte de coligações em chapas à presidência. Veja as candidaturas e coligações: Jair Bolsonaro (PL, PP, Republicanos); Simone Tebet (MDB, PSDB, Cidadania, PODE); Luiz Inácio Lula da Silva (PT, PCdoB/PV, Solidariedade, Psol, Rede, Agir e Avante). Sem coligação: PDT, candidato Ciro Gomes, e União Brasil (antigo DEM), candidata Soraya Thronicke. Portanto, dos partidos aqui da terrinha, o único que não faz parte de coligação e nem chapa pura, é o PSD, mas mesmo assim, a sua direção nacional declarou apoio a Lula. Viu só. Se eleitor votasse com fidelidade ao partido, por aqui Bolsonaro teria votos apenas dos Progressistas. É ver para crer. As urnas dirão.

Curiosidades políticas

Podia-se dizer que estaria dentro da normalidade não fosse uma curiosidade dentro do contexto. Oficialmente, Bolsonaro (PL) candidato à reeleição à presidência, conta apenas com o PP aqui. Agora, vê-se o candidato do partido do presidente ao governo do Rio Grande, Onyx Lorenzoni (PL), sem nenhum partido de apoio, apesar de ter sido o único pré-candidato ao governo a visitar nossa cidade e ter sido recebido festivamente e com grande manifestação por mais de duzentas pessoas. Compõe sua coligação o PL, Pros e Patriota. O candidato Luís Carlos Heinze (PP), tem aqui a força Progressista, e integra a coligação PP, PRTB e PTB. O postulante ao governo do Estado, Edegar Pretto, (PT) tem o amparo do Partido dos Trabalhadores local, e compõe a coligação formada por PT, PC do B, PV, Psol e Rede. Eduardo Leite (PSDB), que concorre à reeleição, é o mais amparado aqui por Santo Augusto, onde conta com quatro partidos de sua coligação em nível local: PSDB, Cidadania, PSD e União Brasil. O candidato Vieira da Cunha (PDT) também conta com a sólida militância trabalhista que aqui é bastante forte.

 

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