História que se repete
Se quisermos progredir, não devemos repetir a história, mas fazer uma história nova (Mahatma Gandhi). A história se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda como farsa (Karl Marx). Infelizmente, volta e meia nos deparamos com repetição da história, às vezes causando tragédia como armadilha. Toda vez que ocorre um incêndio de elevadas proporções aqui em Santo Augusto, o poder público municipal se mobiliza e o assunto Corpo de Bombeiros volta à tona. Domingo passado (26), um incêndio consumiu totalmente a casa de moradia e todos os pertences de uma família no bairro Glória. O caminhão pipa da Prefeitura, com 40 anos de uso, objeto de doação do Estado no final do ano passado, estava em manutenção. Com o que dispunham, não faltou esforços da equipe responsável da SMOV, de brigadianos e populares, mas não conseguiram debelar as chamas. Quando chegou um caminhão dos bombeiros de Ijuí já não havia mais o que fazer. Em resposta às críticas recebidas via redes sociais, a prefeita pronunciou-se na segunda-feira através do rádio. Deu as devidas explicações e voltou ao velho discurso dos prefeitos anteriores, criar um Corpo de Bombeiros na cidade. Aliás, sobre um incêndio ocorrido em julho de 2020, no bairro Tiradentes, época do prefeito Naldo, foi a mesma história. Até vou reproduzir, a seguir, o que a coluna abordou na edição de 10 de julho daquele ano sobre o caso, que agora se repete.
Corpo de Bombeiros
Todos conhecem o dito popular: “Só se lembram de Santa Bárbara quando troveja”. Pois é. Assim fizeram as sucessivas administrações municipais de Santo Augusto com relação a ter um Corpo de Bombeiros na cidade. Só lembraram da questão quando ocorreram incêndios. No início de junho (de 2020), um incêndio destruiu uma residência no bairro Tiradentes. Aí Santa Bárbara (Corpo de Bombeiros) foi lembrada e o prefeito mexeu-se (sem projeto algum) prometendo a criação de Corpo de Bombeiros Voluntários em Santo Augusto. É uma necessidade premente, porém, não se faz num supetão, sem estudo de viabilidade, sem envolvimento ativo do Poder Público em parceria consistente, efetiva e comprometida de empresários, entidades públicas e privadas e comunidade em geral. Essa iniciativa de impulso já ocorreu várias vezes em Santo Augusto, mas é fogo de palha, se apaga e desaparece em seguida.
A propósito
Claro que a existência de um Corpo de Bombeiros na cidade não significa que não vai haver incêndio. Mas ele vai estar ali, presente, pronto para entrar em ação. Sem contar que, além do combate a incêndio, os bombeiros atuam em resgates diversos, salvamentos, desencarceramento em acidentes de trânsito, intervenções em acidentes elétricos, hidráulicos, redes de gás e materiais perigosos, entre outros.
Só com união de esforços
Se considerarmos tudo o que representa a existência de um Corpo de Bombeiros na cidade, é possível uma reflexão e tomada de providências, mas o Poder Público Municipal não pode ser egoísta, pretencioso, pois mesmo que elabore um projeto e tente criar, não terá estrutura para sozinho realizar essa conquista. Essa ideia, apesar de louvável, não prosperará enquanto não houver atitude concreta do município, participação efetiva de empresários, de entidades públicas e privadas, de autoridades e da comunidade. Com uma união, comprometida, de esforços, quem sabe! E veja o quanto o assunto é sério: No caso de “incêndio”, devido a distância que separa Santo Augusto de Três Passos ou Ijuí (unidades mais próximas), quando os bombeiros chegarem já restará pouco ou nada a ser salvo.
Mas quem encabeça?
Como bons exemplos devem ser seguidos, que tal copiarmos o que foi feito em Três de Maio. Lá, em 1997, com a participação de 22 sócios foi criada a Sociedade Civil Corpo de Bombeiros Voluntários. Alguém tomou a iniciativa e após algumas trocas de ideias foi chamada uma reunião, com a participação de lideranças, autoridades, convidados especiais e representantes de instituições locais, além de representantes do Corpo de Bombeiros, e com total apoio da Prefeitura. Formada a primeira diretoria, foi elaborado o Estatuto Social da Corporação e o projeto consolidado. Em Santo Augusto pode ser tomada a mesma iniciativa. Por que não? Mas, quem encabeça?
Quando se quer se faz
Santo Augusto já tem vários exemplos de iniciativas bem-sucedidas da sociedade civil, e a principal delas, liderada pela Fundaturvo, foi a criação da Escola Profissionalizante, então denominada CEPROVALE (Centro de Ensino Profissionalizante Vale do Rio Turvo), de cuja iniciativa, liderança e participação da comunidade e apoio do Poder Público, inclusive de municípios circunvizinhos, temos hoje na cidade, para orgulho de todos nós, o Campus do Instituto Federal Farroupilha, disponibilizando diversos cursos profissionalizantes e de graduação, entre eles o curso de Agronomia. É a prova de que “quando se quer se faz”. Com relação ao Corpo de Bombeiros, que é muito menos complexo, se a sociedade civil tomar a iniciativa e liderar o projeto, não tenhamos dúvida que é perfeitamente possível criá-lo aqui em Santo Augusto. Obviamente, o município deverá dar o devido e indispensável suporte, incentivo e apoio político.
Nova postura
Mesmo que a história tenha e esteja se repetindo, alguma coisa parece estar mudando por aqui. Ouvi a fala da prefeita e me parece que ela está dando um passo à frente, com a humildade que prefeitos anteriores não tiveram, para criar o Corpo de Bombeiros Voluntários. Ela falou em mobilizar entidades e a comunidade; falou também em buscar subsídios, citando o caso de Três de Maio, onde unidos, o executivo municipal, entidades e comunidade se mobilizaram, botaram a mão na massa, se organizaram e criaram o Corpo de Bombeiros que lá está, bem estruturado e operando eficazmente.
PT e Lula sem reação
Estão sem reação o PT e o Lula ante o movimento do presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados do Centrão, para aumentar de R$ 400 para R$ 600 por mês o Auxílio Brasil, beneficiando 17 milhões de eleitores. Em tese, o aumento é questionável nos tribunais se considerados os limites impostos pela legislação em plena temporada eleitoral. Mas, o problema de Lula e demais adversários de Bolsonaro é a impossibilidade política de protestar contra o aumento do auxílio a um segmento expressivo do eleitorado. São quase duas dezenas de milhões de pessoas inscritas no cadastro assistencial do governo. Enfim, desta vez, ninguém do PT e aliados se atreveu representar nos tribunais contra a iniciativa de Bolsonaro. Estão engolindo a seco. Aliás, não se conhece político que, em época de eleição, se atreva protestar contra a distribuição de dinheiro aos eleitores pobres, acossados pela virulência da escassez de comida.
Derrota na Assembleia
O governo gaúcho amargou, nesta terça-feira, uma fragorosa derrota na Assembleia Legislativa, ao ver derrubado o veto total ao projeto que institui o Programa Estadual de Apoio e Fomento às Atividades de Valorização e Resgate Histórico das Missões Jesuítico-Guarani – Pró-Missões, de autoria do deputado capitão Macedo, do PL. Foram 44 votos contrários e cinco favoráveis. O MDB e o PP tradicionais aliados do governo, votaram pela derrubada do veto. Até mesmo na bancada do governo, o PSDB, o deputado Pedro Pereira votou contra.
Quebra de confiança
Além de sentir a falta do deputado Frederico Antunes (PP), hábil articulador que deixou a liderança do governo, o resultado de terça-feira foi um sinal claro de que, ao descumprir a promessa de que não disputaria a reeleição, Eduardo Leite quebrou a relação de confiança que mantinha com a maioria dos deputados, em especial do MDB e PP, que apresentarão candidatos próprios ao governo.
Saldo positivo de empregos
Para desespero da oposição, o Brasil registrou um saldo positivo de 277.018 vagas formais de empregos em maio. Os dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), divulgados pelo Ministério do Trabalho e Previdência demonstram que as ações de governo conseguiram reverter os efeitos negativos do “fique em casa que a economia a gente vê depois”. Todas as regiões brasileiras tiveram saldo positivo.
A contundência de Pedro Simon
Numa referência ao grupo do MDB nacional liderado por Renan Calheiros, que apoia a pré-candidatura de Lula, o ex-senador gaúcho Pedro Simon soltou o verbo: “O grupo que apoiou o Lula na corrupção sempre gostou de mamar nas tetas do governo. Esse grupo está identificado na Operação Lava Jato. Está provado e reconhecido, embora os processos não andem porque o Supremo Tribunal Federal deixou na gaveta. A marca que eles deixaram é triste e dolorosa. Lula deveria estar na cadeia e essas pessoas deveriam estar respondendo a seus processos”.
Plano de destruição
O plano de governo do Lula se parece mais com um plano de destruição. Veja alguns itens: – criar um imposto de até 30% nas exportações de produtos agrícolas (sabotagem contra o agronegócio, considerado inimigo pelo PT); – recriar o imposto sindical, pelo qual o governo extorquia (do trabalhador e do seu empregador) um dia inteiro de salário por ano, cuja extinção desse imposto no atual governo foi uma das maiores conquistas que o trabalhador do Brasil já teve na sua vida; – acabar com o teto de despesas para gastos públicos; – fazer da Petrobrás o que era quando ele estava na Presidência (a maior produtora de prejuízos na indústria do petróleo, e uma usina de corrupção); – estatizar de novo o que foi, a duríssimas penas, privatizado; – criar um Ministério dos Índios. Lula é contra a nova Lei do Saneamento, contra a redução de impostos, contra a classe média que a seu ver gasta demais e vive num mundo de luxo injustificável, e por aí afora.