A coluna prenunciou…
Em janeiro de 2019 um grupo de cerca de 20 empresários de Santo Augusto, disposto a quebrar o tradicional jeito de governar o município, no pertinente a gestão pública, passou a discutir a possibilidade de a classe empresarial lançar candidatos a prefeito, vice-prefeito e vereadores nas eleições de 2020. Na edição do dia 25 daquele mês e ano, a coluna prenunciou a candidatura da então presidente da Associação Comercial e Industrial (ACISA), empresária Lilian Fontoura Depiere para prefeita. O prenúncio se confirmou. A partir de então, Lilian que na época nem era filiada à partido político, embora sua descendência familiar seja de Progressistas, passou a ter o nome cogitado positivamente no meio empresarial e nas redes sociais. Em 2020, no mês de março, Lilian bateu o martelo, decidida, disse que era pré-candidata a prefeita pelo PP. A pretensão, no entanto, desagradou setores da sigla que preferiam manter o então vice-prefeito na chapa à reeleição Naldo/Marcelo. Entre uma negociação e outra, os quatro partidos da coligação acabaram se dividindo, DEM e PSDB para um lado e MDB e PP para outro. Lilian, que não tinha obtido o deferimento de seu pedido de filiação ao PP, deu uma guinada e, no expirar do prazo para filiação partidária, filiou-se ao DEM, com o firme propósito de concorrer a prefeita. Consolidado. Lilian foi eleita a primeira mulher prefeita do município. Que os sonhos de gestão também se realizem.
Chegou a hora da prova
Santo Augusto nos seus 61 anos, teve somente dois prefeitos oriundos do meio empresarial, coincidentemente, dois donos de farmácias (Nico Freire e Zé Luiz). Só que não tiveram como marca de suas campanhas o fato de serem empresários como ocorreu com a atual prefeita Lilian. Pergunta que paira: Empresários são melhores gestores do que políticos? O senso comum diz que sim. Os empresários dizem que fazem mais com menos, que são bons gestores. Os políticos discordam. Para eles, a máquina pública tem regras e uma dinâmica própria que fazem com que o desempenho dos empresários não seja nem melhor nem pior do que o dos políticos. Contudo, na última eleição existiu uma nova concepção, e o discurso elevou o tom afirmando que os empresários são mais eficientes que os políticos na gestão pública. Resultado, foram eleitos a prefeita e o vice-prefeito de fora da política tradicional que assumiram a identidade do empresário para provar que são melhores gestores.
A propósito
Lilian que traz a marca do empresário, e Vanderlei, bancário de carreira (aposentado) do Banco do Brasil, e ex-gerente de agências da instituição, conhecedor do mundo dos negócios, especialmente identificado com o produtor rural, têm pela frente o desafio de cumprirem as promessas de desenvolvimento econômico do município. Estão “colocados à prova”. O povo está na expectativa. Mas não podemos exigir que de vereda tudo seja feito. Vamos dar o tempo necessário, acreditar.
Reflexos
Quando uma cidade é bem administrada, as possibilidades de negócios prósperos são imensamente maiores, já que a realidade socioeconômica interfere diretamente na atividade comercial de um empreendimento e, é o empresário que assume os riscos financeiros do investimento, independente do cenário político do município. Por isso faz-se necessário ter uma participação crítica e ativa na gestão pública municipal.
Situação confortável
Ao encerrar seu mandato em 31 de dezembro, o antecessor da prefeita Lilian Depiere anunciou estar deixando R$ 9.479.638,28 nos cofres públicos do município. Deste valor, R$ 3.463.913,53 são recursos vinculados (com finalidades específicas exclusiva para atender ao objetivo de sua vinculação, para determinada área, educação, por exemplo, não podendo ser utilizado em outro objeto); R$ 3.056.638,28 são referentes a obras já empenhadas, e R$ 2.959.273,25 são recursos livres para serem gastos. Assim, foi mantida a tradição dos prefeitos de Santo Augusto que ao findar seus mandatos sempre deixaram as contas equilibradas e com dinheiro em caixa. O saldo livre em caixa de quase R$ 3 milhões, segundo o dito pelo antecessor, permite uma situação confortável para os novos mandatários iniciarem sua gestão.
Sinalização encalhada
A administração municipal de Santo Augusto que encerrou o mandato em 31 de dezembro, deixou uma obra contratada e em andamento na Avenida do Comércio, com abrangência na área central da cidade. Ao deixar o governo o então prefeito anunciou que a obra seria concluída durante o mês de janeiro. O principal ponto que está faltando ser concluído é a sinalização horizontal e vertical. No entanto janeiro terminou e a sinalização permanece encalhada, a empreiteira simplesmente se ausentou. A coluna contatou o Secretário de Obras, Valdomiro de Lima, o qual informou que estão buscando contato com a empresa responsável para que conclua os serviços. A prefeitura deverá exigir o cumprimento do contrato. Aguardemos.
Falando de sinalização…
A ERS-155 que recebeu melhorias na pista de rolamento no trecho de 13 km que havia ficado para trás, entre a PRE e o entroncamento com a BR-468, desta vez teve esquecidos os acostamentos e a sinalização. Aliás, são dois fatores essenciais para a orientação e segurança dos condutores. Durante a noite e/ou com chuva ou neblina, o risco é iminente de acidente naquele trecho da rodovia. Curioso como o serviço público deixa a desejar. A obra ou é malfeita ou é incompleta, ou ambas. Sempre assim.
Veículo legal
O governo do Estado publicou na última sexta-feira (22), decreto que possibilita aos motoristas a quitação de débitos do veículo (IPVA, Dpvat, multas, outras) na própria abordagem em uma blitz. Pela medida, o pagamento no local evita que o veículo seja guinchado, poupando o proprietário de custos de remoção, diárias em depósito e o desconforto de ter seu carro apreendido. As maquininhas para pagamento com cartão serão disponibilizadas progressivamente para os órgãos de fiscalização de trânsito gaúchos. Mesmo que os equipamentos ainda não estejam disponíveis em algumas blitzes, motoristas terão a facilidade de quitar os débitos do veículo por meio de aplicativo bancário. O comprovante gerado eletronicamente já será suficiente para que o agente de trânsito libere o carro no momento da fiscalização, desde que não haja outras pendências que indiquem a necessidade de recolhimento. Até 31 de março, período para que seja operacionalizado o sistema de cobrança no local da blitz, o recolhimento do veículo só ocorrerá nos casos em que já haja o dispositivo para pagamento no momento da abordagem e, ainda assim, o condutor se recusar a quitar o débito.
Quem são os fura-fila?
No Estado, são considerados do grupo prioritário idosos que moram em Instituições de Longa Permanência e funcionários desses locais; indígenas aldeados; e trabalhadores de saúde que trabalhem em hospitais que atendem pacientes confirmados com coronavírus (de unidades de internação clínica e UTI), rede de urgência e emergência e da atenção básica, entre outros. Tão logo começou a vacinação, apareceram os fura-fila, pessoas que não se enquadram no grupo prioritário para aquele momento que furaram a fila e se vacinaram. O Ministério Público e a polícia civil já apuram mais de 200 denúncias e, segundo os órgãos, os fura-fila seriam dentistas, enfermeiros e farmacêuticos que não atuam na linha de frente do tratamento de pacientes com a doença. Além desses, há os que furaram a fila por serem pessoas influentes no município ou por ter alguma relação familiar ou de amizade com os envolvidos na vacinação. Atitude, além de desrespeitosa, é criminosa.
Pendurando as chuteiras
Esta semana comuniquei ao diretor Renato que estou parando de escrever a coluna aqui no jornal. Vou escrever ainda as quatro edições do mês de fevereiro, depois vou pendurar as chuteiras. As razões de eu parar de escrever a coluna são estritamente pessoais. Foram vinte anos de contato semanal com o leitor.