Nos moldes de 2004
Pelo que se vislumbra, e de acordo com fontes dos bastidores políticos, na coligação Aliança por Santo Augusto, MDB, PP, DEM e PSDB, se acirram os desencontros em torno da definição dos pré-candidatos a prefeito e vice. De um lado, o MDB e PP trancam pé mantendo a dupla Naldo e Marcelo como pré-candidatos à reeleição. O DEM e o PSDB não concordam e defendem que agora é a sua vez de lançar candidatos à majoritária. E aí cria-se o impasse. E bota impasse nisso. Se não houver a flexibilização de um ou de ambos os lados, não dá acordo. É autêntica repetição do que ocorreu em 2004 quando o PMDB rompeu com a Aliança. Ambos parecem irredutíveis. E a rejeição maior, além de algumas ideologias conflitantes, são os nomes disponíveis e aventados como pré-candidatos que, como não bastasse a escassez de nomes, alguns estão desgastados perante a opinião dos outros, ou seja, os nomes do MDB e PP não caem mais na simpatia do DEM e do PSDB, e vice-versa. Assim, o único jeito de a Aliança ser mantida seria a aparição de um candidato conciliador, sem desgaste, com viabilidade eleitoral e que agradasse a ambos. Do contrário, a divisão estará consolidada.
A propósitoJá sonhou em ter um prefeito que: – Coloque o cotidiano das pessoas como prioridade? – adote uma gestão profissional? – Inclua a participação dos atores sociais (indivíduos, empresas, instituições) como diretriz de governo através do diálogo e outros mecanismos? – Valorize os talentos da Prefeitura? – Garanta padrão de qualidade nos serviços prestados à comunidade? |
Para ser sincero
Posso ser chamado de ingênuo pelos políticos em desejar que a moral na política prevaleça sempre que a demanda social for em favor do povo. Posso ser criticado pelos políticos, se desejo que a dignidade, a palavra empenhada, o bom senso, a inteligência, o saber notório e a verdade, sejam a premissa de nossos governantes e legisladores. Mas posso também, afirmar que a desordem e a imoralidade política, têm um efeito corrosivo e devastador na alma dos munícipes; e o abastardamento do caráter da sociedade municipal, não pode deixar de influir no desenvolvimento e no progresso da cidade, sob qualquer aspecto que queiramos considerar, ao ouvir políticos de ocasião discursar em prol de qualquer causa que seja. Mais uma eleição se aproxima, e com certeza vários candidatos estarão mendigando votos, como pedintes em praça pública. Mas não devemos esquecer, que nossas demandas e necessidades vão além de promessas vazias, discursos inflamados e abraços apertados.
Tempos de assédio
Em geral, neste período pré-convenções eleitorais para definição de candidatos, os partidos identificam em meio à comunidade potenciais candidatos e começam o assédio, tentam de tudo para angariar novas adesões, põem importantes lideranças políticas para telefonar oferecendo apoio à candidatura, enfim, é uma fase de muita paparicaçao. É comum nesta etapa a tática dos cálculos fantasiosos de previsão eleitoral apresentando os nomes da chapa com estimativa de votos individuais e gerais. Geralmente os dirigentes colocam pra baixo o número de votos dos demais candidatos concorrentes da chapa e superestimam os seus votos. É a etapa de vender sonhos, no linguajar político, que na verdade está mais é para o canto da sereia.
Artimanhas típicas
Por falar em “vender” sonhos, políticos usam algumas artimanhas típicas para capturar pré-candidatos. Primeiro a garantia da tal “estrutura” de campanha. No caso de alguns partidos governistas isso pode ser “espaço” na máquina pública nas eleições e depois na gestão do executivo, caso o prefeito seja eleito e não dê certo o projeto de vereador. Este espaço pode ser através de cargos ou serviços públicos pra atender as bases ou “estrutura” de mobilização para campanha. Além de material de divulgação, tempo de rádio, combustível, cabos eleitorais ou dinheiro vivo mesmo. A “estrutura” é o grande atrativo e ao mesmo tempo a maior “ilusão” das campanhas políticas principalmente para os marinheiros de primeira viagem. Outro chamariz bastante usado e, muitas vezes não cumprido, é o famoso rodízio de mandatos, compromisso de que o vereador eleito no partido vai se afastar por 8 ou 12 períodos de 15 dias durante os quatro anos de mandato para contemplar os suplentes a assumirem a cadeira na Câmara. Tem também aquela de que o partido vai ajudar na sua campanha. Na prática, após o registro da candidatura é cada um por si e Deus por todos. Por isso a renovação se torna tão difícil e a disputa tão desigual. “Mas não é impossível vencer”. Acredite no seu potencial.
Contraponto
Com relação à edição da semana passada, 31.07.2020, relativamente aos tópicos da coluna Penúltima Página, que referiram o asfalto da Rua Floresta, o prefeito Naldo enviou à direção do jornal um expediente esclarecendo que aquela obra não foi feita com recursos do BADESUL, e sim com recursos PRÓPRIOS do município. Esclarece também que o trecho mostrado nas fotos ainda não estava concluído, portanto não se trata de má qualidade, e sim de uma obra ainda em execução afetada pelas intempéries climáticas. A direção do jornal e o colunista respeitam e agradecem ao prefeito pelos esclarecimentos, todavia mantêm a crítica no tocante à qualidade. Por outro lado, ressalte-se que mesmo sendo com recursos próprios do município, é dinheiro público, saído do bolso do contribuinte.
CNH gratuita
Tramita na Câmara dos Deputados um Projeto de Lei, criando a carteira de motorista gratuita aos inscritos no Cadastro Único (CadÚnico). Pela proposta, a gratuidade abrange todo o processo de aquisição da CNH, incluindo os custos com autoescola e demais encargos, cujo documento será chamado “Carteira Nacional de Habilitação Social”. Desde que atendam a todos os critérios instituídos no programa, toda a população brasileira poderá usufruir do benefício. Se aprovada a proposta, terá direito à CNH gratuita quem estiver inscrito no Cadastro Único (CadÚnico); tiver renda familiar de até três salários mínimos; estiver desempregado há mais de um ano. Os demais requisitos e a forma de acesso ao Programa serão regulamentados por decreto do Executivo. A CNH Social será bem-vinda, porque com o alto custo que é hoje, o sujeito de baixa renda ou desempregado não tem como adquirir a carteira de habilitação. Em consequência fica impossibilitado de conseguir um emprego.
Escola Pública
O descaso para com o ensino público, que já vem de longe, se acentua cada vez mais nas escolas públicas do ensino fundamental e médio do nosso Estado. Num misto de desnorteio, descaso e desconhecimento das dificuldades financeiras por que passam a maioria das famílias que moram nas periferias, o governo gaúcho, em consequência da pandemia do coronavírus, criou a plataforma Google Sala de Aula, implantando o ensino virtual nas escolas públicas. Na maioria das escolas públicas do Rio Grande do Sul nem escola e nem alunos dispõem de equipamentos e nem de recursos para adquiri-los. Como disse uma vice-diretora do CIEP de Santo Augusto: “Nem mesmo os professores têm um celular de boa qualidade para trabalhar”. São realidades distantes do que pensa e determina o governo. Aliás, acredito que o governador desconhece e nem queira conhecer essas realidades.
Pensando bem…
É só nos atermos um pouco na história dos países desenvolvidos e veremos que nenhuma grande nação foi construída sem que se desse atenção diferenciada a uma instituição: a escola pública. Portanto, não é a indústria, a tecnologia, a riqueza de recursos naturais, a excelência das universidades ou a capacidade dos políticos que torna um país justo para a sua população. É a escola pública. Há aí uma constatação verdadeira, porém relegada pela maioria dos políticos e classes dominantes brasileiras, a de que “se o homem tiver uma educação básica de qualidade, terá o controle da própria vida, e não se submeterá facilmente à servidão”. Essa assertiva incomoda. Para certos políticos e classes dominantes o povo tem que ser manipulável, ignorante, sem iniciativa e vontade própria, dependente.
Por isso há que se considerar
Mais do que apenas educar crianças e adolescentes, as escolas públicas também são pontos que irradiam conhecimento e apoio à comunidade que a rodeia. A importância entre escola e sociedade deveria ser parâmetro obrigatório na construção de uma sociedade mais igualitária e justa dentro das políticas de gestão educacionais. Quando pensamos na escola pública e em sua relação com a comunidade que a rodeia, nem sempre damos a devida atenção à troca sinérgica de conhecimento e cidadania que essa aproximação pressupõe. A escola forma cidadãos, é o primeiro espaço de socialização e reconhecimento do outro como um igual que a criança experimenta. Lamentavelmente, hoje, as escolas públicas de ensino básico estão sucateadas. Foram deterioradas pela má administração pública, a corrupção, o descaso com alunos e professores. Salve a escola pública.
Pré-candidatos do PT
O PT de Santo Augusto realizou, no último domingo (02/08), um encontro virtual do Diretório Municipal do partido, onde foram tratados assuntos pertinentes ao lançamento de candidatura própria às eleições majoritárias este ano. Segundo o seu presidente Alex Taborda, a pauta constou de apresentação e apreciação da nominata das pré-candidaturas proporcionais e majoritárias, bem como eventuais coligações e alianças. Na ocasião foi confirmada e aprovada pela unanimidade do partido a chapa dos pré-candidatos à eleição majoritária, composta pela assistente social e servidora pública Elenice Allebrandt (para prefeita) e o advogado Diovan Cezar Maboni (para vice). Quanto a possíveis coligações e alianças, posto em votação, a unanimidade decidiu que o Partido dos Trabalhadores “não irá se coligar ou abrir propostas para eventuais outros partidos do município”. Com relação a nominata de pré-candidatos a vereadores, embora não sejam citados, os nomes já estão praticamente definidos. O PT de Santo Augusto, por três vezes já concorreu com candidatura própria à eleição majoritária, sendo a última vez há 20 anos quando concorreu para prefeita a professora Eloni Pithan e para vice o advogado Julimar Crescente. A proposta, segundo os dirigentes do partido, é apresentar novos cérebros para administrar Santo Augusto e sair do marasmo, com foco em mais empregos, educação de qualidade, incentivar administrativa, política e tecnologicamente os setores geradores da economia e cuidar das questões sociais como um todo.