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CRÔNICAS CURTAS – Ações policiais na região; Por que o tráfico e contrabando persistem?; Mulher não é saco de pancada; Selito, 50 anos no jornalismo

Ações policiais na região

Em um mês e meio, de 5 de janeiro e 20 de fevereiro, de acordo com informações repassadas sistematicamente pela polícia civil à imprensa regional, num levantamento aproximado verifiquei que as ações operacionais levadas a efeito no período pela Polícia Civil conjuntamente com a Brigada Militar, foram intensas e exitosas no combate à criminalidade, mormente no tráfico de drogas e contrabando de agrotóxicos, cigarros, bebidas e eletroeletrônicos, de origem estrangeira. Contudo, muito preocupante, se considerada a grande incidência desses tipos de crimes na nossa região, rota do tráfico e contrabando oriundos de países vizinhos. No período foram realizadas 30 prisões; 9 apreensões de cocaína; 4 de crack; 1 de ecstasy; 4 de maconha (que totalizou cerca de 8 quilos); 3 de balanças de precisão; outras como touca ninja, celulares e objetos diversos; 4 apreensões de dinheiro (inclusive uma de 37.900 dólares); 7 apreensões de armas (revólveres, pistolas e espingardas, além de munições); 4 de agrotóxicos contrabandeados, totalizando 2.560 litros do veneno (incluindo a apreensão de 680 litros feita pela BM domingo (19) em Derrubadas); além de 36 mil maços de cigarros contrabandeados; grande quantidade de garrafas de vinho de origem estrangeira; 6.600 frascos de desodorante e 11 toneladas de sucatas eletrônicas (placas de computadores).

Por quê?

Por que, apesar do intenso e permanente combate (apreensões de drogas, prisões de traficantes) o tráfico de drogas não diminui e sim, o contrário, aumenta? Da mesma forma, por que o contrabando de agrotóxicos, cigarros, bebidas e eletrônicos não cessam? Ora, são atividades criminosas de cunho financeiro, lucro fácil, muito dinheiro. E isso faz crescer o olho dos patrões desses crimes, dos que comandam o crime sem se expor, eis que protegidos pelos mulas (transportadores) que não os entregam quando presos pela polícia. Mas, na verdade, os sustentáculos e razão do tráfico de drogas existir e persistir são, obviamente, os usuários. Já no caso do contrabando de agrotóxicos, o sustentáculo é o agricultor que adquire o produto sob o pretexto de ser mais barato. Nos demais casos de contrabando (bebidas, cigarros, eletrônicos), é a mesma coisa, ele não existiria se não houvessem comerciantes desonestos para repassar esses produtos ao consumidor final. Enfim, a resposta de o “por quê”, é simples. Porque o consumidor estimula e sustenta o tráfico e o contrabando. Sem o consumidor eles não existiriam.

Crise à vista no governo

No afã de manter coesa e angariar mais adeptos à base aliada de seu governo, Eduardo Leite (PSDB) vai colecionando desafetos pelo caminho entre os parlamentares. O partido Republicano, que conta com cinco deputados, ameaça deixar o governo por não estar contente com as migalhas oferecidas pelo Palácio Piratini. O PL (Partido Liberal), bancada de cinco deputados, também demonstra resistência, e desde a campanha já apontava irregularidades na privatização da Corsan (que está na mira de uma CPI). Aliás, a despeito da coleção de liminares impedindo a finalização do contrato de venda da estatal, nesta semana o presidente do Sindiágua ajuizou ação popular no Tribunal de Justiça denunciando ausência de licitação, prejuízo ao erário, conflito de interesses e uso privilegiado de informação sigilosa, o que pode desnudar a ocorrência de crime contra a administração pública e ato de improbidade administrativa de agentes públicos, que podem ter favorecido a empresa vencedora do Leilão.

Insatisfação política

Um dossiê das escolas, apresentado pela deputada Sofia Cavedon (PT), traz ao tabuleiro da insatisfação política o Partido Democrático Trabalhista (PDT), herdeiro do legado de Leonel Brizola, líder político que acreditava ser a educação o único caminho para emancipar o homem. O PDT conta com quatro deputados, tem por tradição e identidade política associar-se à causa, vangloriando-se dos feitos brizolistas. Como explicar ao povo gaúcho o descaso com 84 escolas do Estado, cuja estrutura precária coloca em risco a vida de crianças e adolescentes, onde, em quatro anos de governo Eduardo Leite nada fez para pelo menos tentar resolver? Só que não adianta querer mostrar-se surpreso e insatisfeito. Eduardo Leite já era bem conhecido desde os tempos de Pelotas e governou o estado nos últimos quatro anos. O PT e PDT não decidiram a reeleição de Eduardo Leite por simpatia a seus atos, mas sim para desbancar o seu adversário. Creio que avaliaram e mediram as consequências antes de decidirem seus votos. Mas é válida a reação, apesar de não terem sido enganados, eis que o reelegeram conscientemente. Para se redimir tentam fazer oposição. Espera-se seja construtiva em favor dos gaúchos.

Aliás

Somado às tratativas e tramitações para viabilizar a possível instauração da CPI da Corsan e à precariedade das escolas, está a “revolta e ameaça de greve do funcionalismo público no Estado”, cujos salários já acumulam redução real de cerca de 10% em quatro anos, enquanto o governador e deputados já aumentaram seus próprios salários.

Mulher não é saco de pancada

Durante o mês de janeiro foram registrados 1.989 casos de lesão corporal contra mulheres no RS. Isso que uma grande parte das mulheres vítimas não denuncia o agressor. Sabe-se da necessidade e importância da denúncia, mas é preciso olhar também por outros ângulos, menos reuniões sem resultados, menos pitacos e mais ação prática para tentar prevenir através da conscientização e educação, disponibilizar espaços para acolher as vítimas. Agora está surgindo aí a tornozeleira eletrônica, uma boa medida, capaz de prevenir, em tese, novas agressões. Mas ela é que nem a cadeia, só é usada após o crime, embora possa inibir a reincidência. Veja o absurdo, tem homens enlouquecidos contra mulheres, fazendo delas ‘saco de pancada’. Somente em janeiro, 15.793 medidas protetivas foram concedidas para mulheres aqui no Estado. E já foram presos desde o início do ano, 2.391 agressores de mulheres. No meu ponto de vista, a violência contra a mulher é o tipo delituoso mais difícil de ser prevenido, eis que esbarra numa questão cultural muito arraigada e ocorre a sós, geralmente dentro de casa. Tudo, até mesmo a lei penal, não passa de paliativo. O mais eficaz é tentar prevenir através da conscientização efetiva, de forma integrada, transversal, envolvendo todos os segmentos, permanentemente.

Sejamos compreensivos

Isso mesmo, compreensão, é o que pede e espera a direção do Hospital Bom Pastor de Santo Augusto ao anunciar o início das reformas e remodelação na estrutura do prédio hospitalar, eis que a obra abrangerá ambulatório e outros espaços como o centro obstétrico e anexos. O início da obra previsto é ainda este mês e conclusão em 90 dias. A direção solicita à população que, nesse período, só procurem o hospital em caso de urgência e emergência. Para os casos mais simples de saúde, o hospital orienta que procurem os postos de saúde da cidade. Aos pacientes internados, pede paciência e compreensão, haja vista o barulho e demais inconvenientes durante a execução da obra.

Selito, 50 anos de jornalismo

Não poderia deixar de usar o espaço para parabenizar publicamente o ilustre amigo e colega Selito Schmitt pelo transcurso, neste 1º de março, de seus 50 anos dedicados ao jornalismo. Há 45 anos acompanho o trabalho não do Selito só proprietário de jornal, mas do Selito diretor, repórter, redator, que ataca em todas as pontas, questionador, intérprete, preocupado com a verdade na informação; na contextualização dos fatos, na organização das matérias, no planejamento, enfim. E vai além disso, vende assinaturas e anúncios, e por vezes, é até entregador. Esse é o jornalista Selito Schmitt, ícone e referência do jornalismo impresso regional, que está completando 50 anos na atividade tendo sempre pautado sua conduta pela honradez, dignidade e talento. Parabenizo este grande profissional do jornalismo pela solidez da sua carreira, construída a base de muita competência e dedicação, sob os olhares mais críticos do público leitor.

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