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Crônicas curtas 16.11.2018

Moro no Fantástico da Globo

Uma entrevista relativamente tendenciosa e com objetivos claros de comprometer o entrevistado, foi feita domingo à noite no programa Fantástico da TV Globo, com o futuro ministro da Justiça e da Segurança Pública, juiz federal Sergio Moro. A entrevistadora tentou pressionar, mas ele tirou de letra. Na entrevista Moro disse que não assumiria o papel de ministro da Justiça e Segurança com o risco de comprometer a sua biografia, seu histórico. Ressaltou que isso foi objeto de discussão e a afirmação do presidente eleito é que ninguém seria protegido se surgissem casos de corrupção. Sergio Moro disse também que vai aconselhar Jair Bolsonaro sobre os membros de sua equipe acusados de algum crime. “Se a denúncia for consistente, sim, será demitido. Eu defendo que, em caso de corrupção, se analise as provas e se faça um juízo de consistência, porque também existem acusações infundadas, pessoas têm direito de defesa. Mas é possível analisar desde logo a robustez das provas e emitir um juízo de valor. Não é preciso esperar as cortes de justiça proferirem o julgamento”, concluiu.

Credibilidade

Questionado pela entrevistadora sobre ter credibilidade suficiente para ser o próximo ministro da Justiça do governo Jair Bolsonaro, o juiz Sergio Moro disse que não assumiria o cargo se houvesse risco de comprometer sua reputação. Ele descartou ainda qualquer possibilidade de ser candidato à Presidência em 2022. Disse que está exercendo uma função completamente técnica, e não se vê em um palanque pedindo voto como candidato. Isso não é da minha natureza, disse. Se tudo der errado, eu deixo o cargo ministerial e terei de me reinventar no setor privado. E reforçou: Não vou ser candidato. Não sou um político que mente. Com todo respeito aos políticos.

Agenda anticorrupção

Durante a entrevista, Sergio Moro ressaltou que o “grande motivador de sua aceitação ao convite foi a oportunidade de ir a Brasília numa posição de poder elevada de ministro da Justiça e poder implementar, com essa posição, uma agenda anticorrupção e uma agenda anticrime organizado, que não se encontram ao alcance de um juiz de Curitiba, mas podem estar ao alcance de um ministro em Brasília”, justificou.

Prisão de Lula

Após ser perguntado sobre ocupar um cargo político depois de mandar prender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que seria um adversário de Bolsonaro na disputa eleitoral, o futuro ministro da Justiça disse que ninguém tinha essa desconfiança e que estava indo a Brasília para “consolidar os avanços da Operação Lava-Jato”. “Existe uma fantasia de que o ex-presidente Lula teria sido excluído do processo eleitoral por conta de perseguição política. “Mas ele foi preso porque cometeu crimes”. Eu proferi essa decisão em meados de 2017 e nem conhecia o presidente eleito, Jair Bolsonaro. Aliás, em segunda instância, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região, não só manteve como aumentou para 12 anos e um mês a pena de prisão de Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

 Que invertida!

A apresentadora do Fantástico, Poliana Abritta, forçou a barra ao entrevistar Sergio Moro. Questionado sobre a proposta do governador eleito do Rio, que pretende abater criminosos que portem fuzis, Sergio Moro inicialmente respondeu: “Não parece razoável que o policial tenha que esperar o criminoso atirar nele com uma metralhadora ou com um fuzil antes que ele possa tomar qualquer providência”. Poliana insistiu no tema afirmando que ele também pretende comprar drones para abater bandidos. Moro, ponderado disse: “precisaria sentar com ele e conversar para entender exatamente o nível de concreção dessa proposta”. Poliana, no entanto, insistiu: “a proposta dele vai além”… O que fez Moro dar uma invertida que acabou com a insistência no tema: “desculpa, eu não sou assessor do governador”.

 Se vingando

O governador emedebista José Ivo Sartori reservou uma surpresa de despedida para os servidores públicos estaduais. Durante todo o seu mandato, sistematicamente, o governo parcelou ou atrasou os salários, porém, nunca deixou de pagar pequena parcela ou o menor salário no último dia útil do mês. Desta vez Sartori foi além, como se estivesse se vingando de quem rejeitou o seu mandato e impediu a sua reeleição, não efetuou nenhum pagamento a nenhum servidor público estadual, relativo ao mês de outubro. O primeiro pagamento a fazer foi no dia 12, para quem ganha até R$ 2 mil, e no dia 13 para quem ganha até R$ 7 mil. Quanto aos demais, não há nenhuma previsão, o que poderá emendar com a folha de novembro.

Se revelando

A impressão que se tem, é que o governador, agora que não tem mais a expectativa de se reeleger, resolveu fazer o que sempre teve vontade desde o início do seu mandato: não pagar ou retardar o máximo possível o pagamento dos salários dos servidores. O encontro das folhas já é questão previsível. Aliás, no mês de outubro chegamos bem perto disso acontecer. Os salários de setembro só foram quitados completamente no dia 30 de outubro, um dia antes da previsão do pagamento dos salários de outubro. As expectativas para os meses de novembro e dezembro são sombrias. Seguindo nesse ritmo, o salário de dezembro tem grande possibilidade de não ser pago e deixado para o próximo governo. Quanto ao salário de novembro, ainda é uma incógnita.

E o 13º salário?

Quanto ao 13º salário do funcionalismo estadual ligado ao Poder Executivo, o governo do Estado encaminhou projeto à Assembleia Legislativa que autoriza o parcelamento do 13º salário para os servidores, da mesma forma que ocorreu no ano passado. A proposta não inclui quantidade de parcelas – em 2017, foram 12 vezes. Quem optar por receber a integralidade do recurso, deve solicitar “empréstimo” ao banco que tem conta, que será pago pelo governo. (Alerte-se que, se o governo não depositar as parcelas no final de cada mês, o banco vai cobrar de quem contraiu o empréstimo e não do governo, porque a rigor, é um empréstimo pessoal).

Aliás

Será um final de ano para coroar um dos piores governos que o Rio Grande do Sul já teve. Os servidores ligados ao Poder Executivo que o digam. A alegação de que o dinheiro não existe já não cola mais.

Nem a dívida e nem o salário

Durante o seu mandato e a sua campanha, Sartori alegou que a única forma de pagar os salários em dia, seria com a adesão ao Regime de Recuperação Fiscal da União, pois, assim, deixaria de pagar as parcelas da dívida, sobrando dinheiro para pagar em dia os servidores. O que ele não conta é que, há dois anos, o estado não paga as parcelas da dívida, por decisão do STF. No entanto, os salários continuaram não sendo pagos em dia. Claro está, que o não pagamento de salários é uma decisão política e a prova disso é que os fornecedores continuam sendo pagos, como aconteceu durante todo o seu governo.

Agrotóxicos

Indicada por Bolsonaro para a titularidade da pasta, a futura ministra da Agricultura, deputada federal Tereza Cristina (DEM-MS), diz que flexibilização do uso de agrotóxicos terá “muito espaço” na sua gestão. Em junho deste ano, a comissão especial da Câmara dos Deputados que analisava o assunto aprovou um projeto de lei que prevê mudanças na regulação. O texto, que ainda precisa passar pelo plenário, foi apelidado pela oposição de “PL do veneno”. Falando à imprensa sobre o tema, Tereza Cristina disse que, com certeza, terá muito espaço de debate ainda. A comissão especial trouxe a modernização. É você dar a opção de o produtor brasileiro usar as mesmas moléculas que são usadas lá fora por meio da agilidade, transparência e governança. Segundo ela, a proposta facilita o registro de substâncias e unifica o controle no Ministério da Agricultura. A indicação da deputada para a pasta foi classificada como um exemplo de força da “velha política” pelo ruralista Luiz Antônio Nabhan Garcia, principal conselheiro de Bolsonaro para o agronegócio.

 

 

 

 

 

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