Quem diria
Diante da cultura política brasileira, onde as legendas partidárias e suas convicções à esquerda e à direita se dividem, optando por não dar aval à inciativa do adversário político, “quem diria” que a bancada gaúcha no Congresso Nacional (os 31 deputados e os 3 senadores) se uniriam em torno de uma “emenda de bancada” para socorrer os municípios gaúchos. Foi graças a essa união que 336 municípios do interior do Rio Grande foram contemplados com máquinas (tratores, retroescavadeiras, rolos compactadores), caminhões e equipamentos agrícolas (carretas agrícolas, ensiladeiras e distribuidores de sementes). É a primeira vez na história que a bancada gaúcha se une e apresenta “emenda de bancada”. Este é o caminho, chega de ranzinzas ideológicas e partidárias, até por que quando busca o voto os parlamentares dizem ao eleitor que querem se eleger para trabalhar pelo Rio Grande. Que sigam assim.
Iniciativa de quem?
Pois é. Em entrevista ao JC em 13.04, o deputado Ernani Polo comentou que, enquanto secretário da Agricultura, ouvindo o clamor de prefeitos e vereadores que lhe procuravam na Secretaria, sobre as dificuldades de arrumar as estradas para escoamento da produção por falta de máquinas, passou a pensar o que fazer, já que o Estado não dispunha de recursos financeiros para atender as demandas dos municípios. Aí, no final de 2015, início de 2016, “teve a ideia” de ir a Brasília e fazer contatos com os deputados federais e senadores do Rio Grande para tentar uma “emenda da bancada gaúcha” para comprar máquinas e equipamentos para socorrer os municípios. Foi o que ele fez e, felizmente encontrou acolhida sobre seu propósito junto a toda a bancada gaúcha no Congresso Nacional. Portanto, a ideia, a iniciativa e a articulação foram do então Secretário Estadual da Agricultura, deputado Ernani Polo.
A propósito
A distribuição de máquinas e equipamentos aos municípios teve repercussão em todos os recantos do Estado. À exceção do atual secretário Odacir Klein, que enalteceu a iniciativa de seu antecessor na pasta, ninguém mais citou o nome do Ernani. É que nesse mundo da política não existe o “Dai a Cesar o que é de Cesar”. Eles não suportam reconhecer e nem partilhar o mérito do outro. Todos querem ser o pai da criança.
Contemplados
Com máquinas e equipamentos destinados pelo governo, aqui na Região Celeiro, os municípios contemplados foram: Bom Progresso – 1 rolo compactador e 2 retroescavadeiras; Braga – 1 caminhão caçamba; Campo Novo – 2 tratores e 3 distribuidores centrífugo; Chiapetta – 1 retroescavadeira; Coronel Bicaco – 1 retroescavadeira e 2 tratores; Crissiumal – 1 retroescavadeira e 1 trator; Esperança do Sul – 1 trator; Humaitá – 1 trator; Inhacorá – 1 trator; Miraguaí – 1 rolo Compactador; Santo Augusto – 1 retroescavadeira e 2 tratores; São Martinho – 1 retroescavadeira; São Valério do Sul – 1 trator; Sede Nova – 1 trator; Tenente Portela – 1 trator; Tiradentes do Sul – 1 trator.
Poupar, que nada!
É curioso o contrassenso entre discurso e prática de alguns prefeitos quando o assunto é finanças do município. Enquanto se queixam que não têm dinheiro para nada, nem para retirar entulhos acumulados e apodrecendo por meses nas ruas, em viagens e eventos onde a representatividade oficial e única é da pessoa do prefeito, só para fazer agrado ele leva uma penca de servidores junto, com despesas e diárias pagas com o dinheiro público.
No mato sem cachorro
As eleições se aproximam, e o funcionalismo público gaúcho não vê a hora de se livrar do governo Sartori. Mas, para suas decepções, numa pesquisa divulgada esta semana pelo Instituto Paraná, Sartori (MDB) aparece com 28% das intenções de voto. Esse percentual indica que ele irá para o segundo turno, disputando ou com Eduardo Leite (PSDB) ou com Jairo Jorge (PDT). Pasmem! Leite declarou em entrevista ao SBT que vai mexer nas questões de carreira dos servidores, nas aposentadorias e dar um basta nessa história de só gerenciar folha de aposentados; Já, o pedetista Jairo Jorge, afirmou ao METRO Jornal, que “não existe solução mágica para o Rio Grande do Sul”, mas tem solução, e um caminho é estabelecer um cronograma de pagamento de salário, sugerindo o dia 15 do mês subsequente ao mês trabalhado. Portanto, o funcionalismo público estadual está “no mato sem cachorro”. Curioso é que, para esses pré-candidatos, só o funcionalismo é o culpado pelas mazelas do Estado.
“No que tange ao funcionalismo, duas medidas resolveria todo o problema: primeira – acabar com a estabilidade; segunda – aposentadoria só pela regra geral de previdência. Faltam apenas determinação e coragem do governo″.
Criteriosamente…
No pertinente a estabilidade do servidor público, a experiência de mais de 40 anos me permite afirmar que ela ampara o comodismo e a inoperância daqueles servidores pouco ou nada afeitos ao trabalho; olhando por esse ângulo, a estabilidade é perniciosa e deveria ser extinta. Por outro lado, sem a estabilidade, o inconveniente é que o servidor fica à mercê do chefe que, se for desonesto e tendencioso, poderá persegui-lo e prejudicá-lo, e até forçar sua demissão. Quanto à aposentadoria, é até hilário, tem certos segmentos que o servidor se aposenta na plena juventude, no auge de suas potencialidades funcionais. Hoje, com a expectativa de vida média de 76 anos, é uma total incoerência o funcionário público se aposentar aos 45 ou 50 anos de idade. Tem certos pontos que não se evolui. Parece que ainda estamos nos anos 40 quando a expectativa de vida do brasileiro era 43 anos para os homens e 48 para as mulheres.
As travessuras do Lula
Mesmo em cana, há três meses recluso em Curitiba, Luiz Inácio Lula da Silva não desiste da fuzarca. Ele quer visitas, quer passar recados, quer se manter nos holofotes, e assim tem feito através de mensagens que envia por intermédio de seus estafetas, ao ponto de beirar o ridículo. Delirante, Lula se disse preocupado com o futuro da Petrobras. Logo ele, que junto com Dilma anarquizou as tarifas de combustível, praticou populismo rasgado congelando reajustes, pintou e bordou. O Petrolão, os dutos de escoamento da propina desavergonhada, a quadrilha de saqueadores que, junto com sua turba, colocou lá. Com as patacoadas verbais esconde fatos desabonadores e adapta versões para beneficiar a cultuada imagem, que faz de si próprio, de um “salvador”. O loroteiro tentou até pegar carona no movimento dos caminhoneiros falando que, se fosse ele, solto, não haveria desabastecimento. A maneira de fazer política que Lula encarna tem na ideia do “quanto pior, melhor” a grande bandeira. Ele teve o atrevimento de pedir ao TSE o direito de colocar uma espécie de “dublê” nas eventuais sabatinas que venham a ser feitas durante a campanha, já que seu “titular” não poderá participar direto da cadeia. Desfaçatez sem tamanho. Insistência descabida, vez que o PT sabe, de antemão, que o nome Lula está definitivamente fora das urnas, enquadrado na Lei da Ficha Limpa.