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CRÔNICAS CURTAS 03.08.2018

O que é mais chato?

Estamos nos aproximando de mais uma campanha eleitoral, as chamadas eleições gerais, que elegerá deputados (estaduais e federais), senadores, governadores e presidente da República. E aí há que se perguntar: O que é mais chato, a política em si ou escolher em quem votar, abster-se, ou votar em branco? Como no Brasil, apesar de a Constituição Federal dizer que o voto é livre, ele é “obrigatório”, certamente, para aqueles que não gostam de política, é coisa muito chata mesmo. Mas não há nada de errado com aqueles que não gostam de política, simplesmente serão governados por aqueles que gostam. Seguir regras sem concordar ou ser impedido de tomar as próprias decisões é uma das consequências de quem não gosta de política.

Aliás

Se as mulheres não gostassem de política, por exemplo, não teriam o direito de dirigir, estudar e votar até os dias de hoje. Os trabalhadores, não teriam férias, pagamento de horas extras e aposentadoria.

Uma coisa puxa a outra

Li, certa feita, um livro de um cientista político que versava sobre a consciência política. Ele estudou as origens de um governo eficiente observando como as pessoas se organizavam para cobrar seus interesses. Depois de uma longa pesquisa analisando os conselhos regionais da Itália, ele identificou que quanto maior a consciência política de uma pessoa, mais ela participa de associações e organizações, quanto maior quantidade de pessoas envolvidas em organizações e associações de um estado, por exemplo, maior é a sua cultura cívica, que é basicamente o engajamento e a participação. Uma sociedade com maior cultura cívica tem um governo mais eficaz e igualitário. É nessa relação de “uma coisa puxa a outra” que ele definiu o conceito de capital social, que é o conjunto de características como o sistema, as normas, relações de confiança e igualdade de uma sociedade. Enfim, a postura em frente à política define o capital social de um país, e quem não se envolve contribui para as coisas não melhorarem.

Lição perfeita

O espetáculo de depravação exibido recentemente, no dia 08 de julho, por um desembargador do Tribunal Regional Federal de Porto Alegre, com a cumplicidade de três deputados federais do PT e com a ideia de “soltar” da cadeia o ex-presidente Lula, teve pelo menos uma vantagem: foi uma lição perfeita de como seria, na prática, a Justiça brasileira num governo de Lula, seu partido e os demais agrupamentos que se apresentam como de esquerda neste país. Foi uma coisa prodigiosa na sua estupidez – não chegou a durar duas horas, de tão miserável a qualidade da armação posta em prática, e desceu a um nível de safadeza tão grosseiro que o próprio advogado-chefe de Lula não se meteu na história. O episódio deixou claros os planos que Lula tem para o Poder Judiciário, caso um dia volte a mandar. No seu entendimento, o sistema de Justiça deve ser uma repartição pública cuja única função é declarar como “legal” tudo o que o governo manda fazer; juízes, procuradores e demais funcionários devem ser gente “do partido”, com obrigação permanente de receber ordens e obedecer a elas.

A propósito

A lei não é o que está escrito. A lei, pela visão esquerdista, é apenas o que Lula, o PT e os seus sócios querem que ela seja.

 Perigo à democracia

Todo o brasileiro de bem deve estar ligado e atento aos perigos que a democracia está correndo neste momento de paixão eleitoral extremada, com propostas radicais, promessas explosivas e candidatos que inquietam as almas moderadas. Mas a verdadeira ameaça à democracia, hoje, é esse esforço contínuo pela subversão do Judiciário, comandado pelas forças que precisam eliminar os sistemas de combate à corrupção em funcionamento. Ou derrotam a resistência à roubalheira, simbolizada e centralizada na Operação Lava Jato, ou não sobrevivem politicamente. Não haverá futuro algum para Lula, condenado como ladrão a doze anos de prisão e em duas instâncias, nem para o imenso aparelho criminoso que opera a vida pública brasileira de alto a baixo, se uma parte da Justiça continuar com poderes reais para punir quem rouba.

 Envelhecimento no campo

O Censo Agropecuário, cujos primeiros resultados o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou, mostra envelhecimento de produtores rurais no Rio Grande do Sul. No Estado, quem tem mais de 65 anos já representa 23,1% do total de homens e mulheres atuando no campo, enquanto o número de jovens caiu de 1,9% em 2006 para 1.2%. O mapeamento evidencia avanços tecnológicos e de produtividade, mas também sinaliza riscos como o envelhecimento dos produtores, desde cada vez menos jovens na lida do campo, ao uso crescente de agrotóxicos, realidade em 70,3% dos estabelecimentos rurais. Entre outubro de 2017 e fevereiro deste ano, dos 5,07 milhões de unidades de produção ou exploração dedicadas às atividades agropecuárias, florestais e aquícolas, 365 mil foram aqui no Estado. Apesar dos avanços, há várias fontes de inquietação entre os técnicos, entre elas o aumento do percentual de produtores com mais de 65 anos, e a redução do número de jovens no campo.                                       Envelhecimento no campo

 Agrotóxicos

Para o coordenador técnico do censo no Estado, Cláudio Sant’Anna, o avanço dos pesticidas também é motivo de atenção. Dos 62% das unidades que, em 2006, adotavam a prática no Estado, saltou para 70,3% em 2017, com alguns agravantes, incluindo a baixa escolaridade e o acesso limitado a assistência técnica. Em 50,1% dos estabelecimentos agropecuários identificados no Rio Grande do Sul, os produtores declararam que não recebem esse tipo de apoio. Para ele, o uso de agrotóxico não é necessariamente ruim. O importante é sabermos de que forma ele está sendo utilizado. Quanto menor o estabelecimento, e 83,7% deles têm até 50 hectares no Estado, menor é a escolaridade do produtor. Se ele não tem estudo e não recebe assistência técnica adequada, o isco de uso incorreto é maior.

 

 

 

 

 

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