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Continua a explosão de pedidos de exoneração na Polícia Civil gaúcha

Por Ugeirmsindicato

O número de exonerações na Polícia Civil continua alarmando a categoria e preocupando a população. Entre os meses de dezembro de 2023 e fevereiro de 2024, 10 policiais civis tiveram seu pedido de saída da Instituição efetivado. Essas exonerações são resultado das péssimas condições de trabalho e, principalmente, de um dos maiores arrochos salariais experimentados pela categoria na história da Polícia Civil gaúcha.

Esse verdadeiro derretimento do efetivo da Polícia Civil, tem consequências graves no trabalho dos servidores que atendem a população. Um exemplo é a situação da 1ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Porto Alegre, onde chegamos a ter dois policiais responsáveis pelo plantão de atendimento, durante um dia inteiro. Esses servidores estão no seu limite da saúde física e mental. O resultado final é trágico: uma população que não consegue ser atendida, como na DEAM de Porto Alegre, e policiais civis adoecendo e tendo que se afastar das suas atividades. O pior de tudo, é que isso cria um verdadeiro ciclo vicioso, onde as exonerações diminuem o efetivo, causando a deterioração das condições de trabalho, o que leva a mais policiais pediram exoneração e procurarem um novo trabalho, onde possam ter uma qualidade de vida aceitável.

A realidade, é que esse ciclo só pode ser quebrado pelo governo do estado, que é o verdadeiro responsável por essa situação. A primeira medida, que deveria ser tomada imediatamente, é melhorar os vencimentos dos servidores da segurança pública, que vem tendo seu poder de compra deteriorado pela falta de reajuste salarial nos últimos cinco anos. Qualquer outra medida, sem a recomposição do poder de compra da categoria, é apenas enxugar gelo. Os concursos e a contratação de novos policiais são muito importantes, mas sem a valorização dos policiais civis, servem apenas para amenizar o problema, que é muito mais profundo.

O Vice-presidente da UGEIRM, Fabio Castro, destaca que “esse é mais um exemplo da má gestão desse governo, que não consegue manter seu maior capital, que são os servidores públicos. Um governo que fala tanto em racionalização dos seus gastos, deveria se preocupar com o dinheiro literalmente jogado fora, com esses pedidos de exoneração. Esses servidores custaram dinheiro ao cofre público, com sua formação e capacitação bancadas pelo estado. Porém, pela incapacidade do governo em gerenciar e valorizar seus recursos humanos, acabam sendo quase que obrigados a largar a Polícia Civil e procurar um trabalho onde são valorizados e reconhecidos”.

 

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