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Conjecturas sobre eleições municipais de 2020

Prefeitos e a reeleição

 Dos dez municípios aqui da microrregião, (Santo Augusto, Chiapetta, Inhacorá, São Valério do Sul, São Martinho, Sede Nova, Campo Novo, Braga, Redentora, Coronel Bicaco), apenas dois (Santo Augusto e Inhacorá) nunca reelegeram um prefeito. Não que não tivessem tentado. Em Santo Augusto, por exemplo, Florisbaldo, Dodi e Zé Luiz tentaram a reeleição e não conseguiram; em Inhacorá, Evoli e Cledi, tentaram a reeleição, sem sucesso. De forma alternada, Evoli foi prefeito três vezes (1993 a 1996; 2001 a 2004; 2009 a 2012), e Cledi foi prefeita por duas vezes (2005 a 2008 e 2013 a 2016). O curioso é que ambos quando concorreram à reeleição não foram aprovados, mas na eleição seguinte foram bem-sucedidos e voltaram a governar o município. Isso evidencia que o eleitorado de Inhacorá não os rejeitou, mas sim, apenas preferiu a alternância no poder, nada de continuísmo. Nas eleições do próximo ano, à exceção de Campo Novo, onde o atual prefeito já cumpre o segundo mandato consecutivo, nos demais municípios os prefeitos deverão concorrer sim à reeleição, pelo menos é o que se desenha.

Conjecturando

Mesmo que os partidos e pretensos candidatos se façam de desligados e pouco interessados em manifestar seus intentos para o pleito municipal de 2020, certo é que todos ou quase todos os prefeitos aqui da circunvizinhança estão pensando no assunto e, diga-se de passagem, bem inclinados a disputar a reeleição. Com relação a Santo Augusto, conjecturas apontam para variadas possibilidades de candidaturas a prefeito no ano que vem. No poder, (2017/2020), apoiada pelo PSDB, DEM, PTB, PSB, a coligação MDB/PP, deverá repetir a dobradinha, Naldo (MDB) indo à reeleição e Marcelo (PP) a vice. Porém, o partido Progressista ambiciona mais, pensa em ser cabeça de chapa, mantendo a coligação, só que aí Naldo ficaria fora, uma vez que não se submeteria à condição de vice. No PP, os únicos nomes do momento para possível pré-candidatura a prefeito seriam o atual vice Marcelo Both e o presidente do Sindicato Rural Jorge Rodrigues. Só que essa hipótese poderia abrir um impasse no tocante a continuidade da coligação, vez que os emedebistas também têm suas ambições e pensam em novidades para cabeça de chapa, com possível lançamento do ex-candidato a deputado Paulo Opus Dei ou da vereadora Dione, para prefeito.

Conjecturando II

No tocante ao PDT, partido que isoladamente agrega a maior militância no município, vale ressaltar que nunca deixou de concorrer a uma eleição e nunca abriu mão da cabeça de chapa, por isso, deverá vir com candidato próprio e competitivo na tentativa de retomar o poder no município. Para isso, o partido carece de renovações no seu quadro de lideranças políticas, o que não vem acontecendo. Caso permaneça como está, o PDT deverá lançar o vereador Horácio Dornelles como candidato a prefeito, mas também dispõe de outros nomes como o vereador Valdez e o ex-prefeito Zé Luiz. Entre os três, Horácio é o que reúne, no momento, maior densidade eleitoral, porém enfrenta alguma rejeição dentro do partido, aliás, o que também ocorre com relação aos demais nomes, o que pode ser considerado como normal no contexto partidário.

Conjecturando III

O PT de Santo Augusto, que por três ocasiões concorreu com candidato próprio a prefeito, já faz bastante tempo que não o faz, preferindo manter-se como coadjuvante, emprestando apoio às candidaturas do PDT e participando das administrações quando os trabalhistas foram governo (Dodi e Zé Luiz). Só que agora pinta um quadro um pouco diferente e com possibilidades reais de formação de uma forte e competitiva candidatura, desde que numa possível coligação o PDT ceda a cabeça de chapa para o PT e lancem o engenheiro agrônomo e professor do IFFar, Tarcísio Samborski, como candidato a prefeito. De qualquer sorte, o PT deverá manter a parceria e coligar-se ao velho aliado PDT, a exemplo do que fará o PPS. Todavia, muita água ainda vai rolar nesse manancial político, e tudo pode acontecer, exceto a manjada e inviável possibilidade de candidatura de consenso.

No meu ponto de vista…

Com o fim das coligações proporcionais, nas eleições de 2020, certamente apenas os partidos mais aptos e preparados subsistirão. Só agremiações com posturas ideológicas claras e organizadas serão capazes de atrair filiados por meio de suas propostas, uma vez que os partidos fisiológicos, que servem somente como legendas de aluguel, estão fadados à extinção. Assim, as eleições de 2020 trazem um quadro diverso que obriga os partidos a promover mudanças efetivas na sua forma de fazer política, sob pena de ter candidatos com expressivo número de votos sem cadeira. Por isso, os partidos que quiserem eleger vereador deverão estruturar suas chapas de candidatos de forma sólida, com candidaturas efetivamente viáveis, cumprindo a cota de gênero sem jogar com candidaturas laranjas, visando a garantir ao partido um espaço mínimo de representação no Legislativo Municipal. Isso pode representar a sobrevivência ou não do partido, ter ou não ter representantes na Câmara Municipal.

Quem sobrevirá?

Sendo realista, vejo que dos dez partidos existentes em Santo Augusto, com o fim das coligações proporcionais, apenas PDT, MDB e PP possuem estrutura partidária capaz de lhes garantir a sobrevivência. Outro partido que, considerando seu retrospecto eleitoral, poderá manter um, apenas um, vereador, é o DEM. Os demais (PSDB, PPS, PSB, PTB, PT, PSD), não alcançarão o quociente eleitoral, que deverá ficar em torno de 1.100 votos, portanto, não elegerão nenhum vereador. À exceção do PT, que é um partido ideológico, os outros, PSDB, PPS, PSB, PTB e PSD, não existem ideologicamente, por isso, com o fim das coligações proporcionais, não terão condições de sobreviver, então a medida sensata seria suas extinções, fusão ou reincorporação nos partidos de origem, salutar para o reforço e engrandecimento dos partidos como PP, MDB e PDT.

A propósito

Com o fim das coligações proporcionais, partidos que não conseguirem oxigenar suficientemente seus quadros partidários para, isoladamente, disputar a eleição, fatalmente, para não sair do cenário político, deverão se render às fusões, para o surgimento de uma nova agremiação partidária, ou a incorporações a outra legenda, melhor estruturada.

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