Eleito afirmou que não divulgará nomes antes de 15 de dezembro
Atualizada em 27/10/2014 | 06h0627/10/2014 | 00h35
Considerado um “radical da cautela”, José Ivo Sartori fará a escolha do seu secretariado em absoluto sigilo, evitando declarações públicas antes das definições. Durante o segundo turno, ele ficou irritado com o vazamento de alguns dos nomes que poderão compor sua equipe. Ao tomar conhecimento das especulações, passou uma carraspana em assessores. Exigiu cautela para evitar que a situação se repetisse.
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A trajetória de José Ivo Sartori em cinco momentos
— Já vi alguns anúncios de nomes. Isso não vai existir antes de 15 de dezembro. Não vai ter nenhum nome e ninguém está autorizado a anunciar nada até lá. Até porque, nome anunciado e especulado, às vezes, é nome prejudicado — reafirmou o governador eleito em seu discurso da vitória.
Apesar da discrição, os bastidores do PMDB indicam algumas lideranças que provavelmente serão cogitadas para o primeiro escalão. Há uma dúvida quanto ao perfil da equipe que Sartori irá montar. De um lado, antigos peemedebistas, muitos deles integrantes da coordenação de campanha, como João Carlos Brum Torres, Ibsen Pinheiro, José Fogaça e Luis Roberto Ponte. De outro, uma equipe mais jovem, com nomes em ascensão, como o do deputado federal eleito Giovani Feltes. O meio termo seria uma mescla entre os mais experientes e jovens.
Apoiadores de caxias cotados para o governo
Dois colaboradores de Sartori na prefeitura de Caxias do Sul devem estar com ele no governo estadual. O primeiro é Carlos Búrigo, braço direito na campanha. O outro é Edson Néspolo, chefe de gabinete do governador eleito por oito anos em Caxias. Ambos são da absoluta confiança de Sartori.
Também é considerado certo que Sartori levará ao governo técnicos sem vinculação partidária. Em Caxias, houve um momento em que nove dos 20 secretários não eram filiados a siglas políticas. Em comum, tinham o conhecimento sobre os assuntos relativos às pastas que comandavam.
A composição do secretariado dependerá do ingresso de PDT e PTB no governo. E também dos espaços que serão concedidos a PSB, PSD, PPS, PP, PSDB, PRB e Solidariedade, entre outros.
Entre os peemedebistas, a leitura é de que Sartori chamará somente um deputado federal dos cinco eleitos pelo partido para o governo. Com isso, José Fogaça assumiria mandato em Brasília. O governador eleito não teria interesse em abrir vaga para o segundo suplente do PMDB, o vereador de Caxias Mauro Pereira, que entrou em conflito com a família Sartori no passado recente.
OS COTADOS
Carlos Búrigo
Ex-prefeito de São José dos Ausentes e secretário de Gestão e Finanças em Caxias do Sul, é nome certo. Cotado para assumir a Fazenda, chefia de gabinete ou Casa Civil.
Edson Néspolo
Filiado do PDT, foi chefe de gabinete de Sartori em Caxias. É da confiança do governador eleito. Cotado para chefia de gabinete ou assessoramento especial.
Beto Albuquerque
Liderança do PSB, sai da campanha com muita moral junto ao PMDB. É considerado uma aliado “decisivo”. Certamente será secretário. É cotado para a Casa Civil.
João Carlos Brum Torres
Coordenador do plano de governo de Sartori, tem o nome frequentemente citado para a pasta do Planejamento. É mais um dos experientes do PMDB.
Luis Roberto Ponte
Engenheiro e dono de uma das grandes construtoras do Estado, o ex-secretário de Germano Rigotto foi membro ativo da campanha e pode ser alternativa para a Infraestrutura.
Alexandre Postal
Está interessado em receber a próxima indicação do PMDB para o Tribunal de Contas do Estado (TCE), mas seu nome aparece como opção.
Giovani Feltes
Seria um nome de renovação, opção para Habitação e Saneamento. O empecilho é que foi eleito deputado federal pela primeira vez, com desejo de exercer o mandato.
Márcio Biolchi
É opção jovem. A dificuldade para ele assumir é o fato de ter se aliado ao grupo de Eliseu Padilha e Michel Temer, de oposição a Sartori no PMDB.
Antonio Hohlfeldt
Suplente de Pedro Simon na eleição ao Senado, é apontado como alternativa para assumir as secretarias da Cultura ou da Educação.
Vilmar Zanchin
Ex-prefeito de Marau e ex-presidente da Famurs, foi eleito para o primeiro mandato de deputado estadual. Tem chance de assumir uma das secretarias.
PSDB
Entre os tucanos, são vistos com bons olhos Lucas Redecker e Nelson Marchezan Júnior, ambos de uma nova geração de políticos gaúchos.
PP
Celso Bernardi, Ernani Polo e Frederico Antunes são citados como nomes do partido que poderiam compor o time de Sartori.
Solidariedade
Vereador e comandante da Força Sindical no Estado, Cláudio Janta é opção para pastas ligadas aos trabalhadores. Cassiá Carpes também é citado.