Foram levadas ao ar acusações de desvios de verba do hospital, o que provocou revolta e desconfiança da sociedade contra a administração do hospital, de tal modo que até as doações habituais deixaram, momentaneamente, de serem feitas. Em se tratando de acusações graves, de supostos cometimentos de crimes contra o patrimônio público, já que a casa de saúde é gerida com verba pública, a expectativa era de que o denunciante, por dever de ofício, já que é agente público, estivesse munido de provas e fizesse o devido encaminhamento da notícia crime aos órgãos e autoridades competentes, visando à apuração dos fatos. Porém, até agora, nem as provas e nem providências.
Em consequência, a renúncia.
Com a reputação escrachada pelas denúncias públicas feitas contra a sua pessoa, Osvaldo de imediato, ressalvando não ser ladrão, anunciou sua renúncia do cargo de presidente do hospital, no que foi seguido pelo vice-presidente. Ao colunista, Osvaldo Baraldi disse na ocasião que não praticou desvio de dinheiro do hospital, contudo esclareceu que, a exemplo de seus antecessores, recebia “ajuda de custo mensal” já que pelo estatuto o presidente não pode receber salário. Quanto ao fato de ter renunciado à presidência, Baraldi alegou que sua decisão deu-se, principalmente, por ter constatado a grande revolta e indignação da comunidade contra a sua pessoa em face das denúncias, cujo clima de desconfiança estava prejudicando o hospital, haja vista que as pessoas estavam deixando de colaborar, gerando situação insustentável ao hospital.
A população quer saber
Existe uma inquietação geral de pessoas quanto ao resultado das denúncias feitas. Eis algumas das indagações que volta e meia são ouvidas: Qual o valor do desfalque feito por Baraldi e outros no hospital? Os fraudadores vão devolver os valores desviados? Os fatos denunciados são verdadeiros ou foi só fofoca do denunciante? Afinal, isso vai ficar por isso mesmo? De quem é a responsabilidade em tomar as providências?
Ônus da prova
O ônus da prova é tarefa de quem faz a acusação, e não do acusado. A pessoa responsável por uma determinada afirmação é também aquela que deve oferecer as provas necessárias para sustentá-la. O ônus da prova parte do princípio que toda afirmação precisa de sustentação, de provas para ser levada em consideração, e quando não são oferecidas as provas, essa afirmação não tem valor argumentativo, portanto, sem valor algum. E mais, acusar falsamente alguém de prática criminosa “é crime tipificado como calúnia”, passivo de responsabilização criminal e cível. Contudo, a sociedade não espera em vão uma resposta, ela precisa e tem o direito de saber.
Dito isso…
Quem está devendo respostas, por ora, é o denunciante que, não apresentou prova alguma e não deu conhecimento à comunidade de qualquer providência no sentido de encaminhamento da notícia crime aos órgãos e autoridades competentes. Portanto, os questionamentos devem ser direcionados ao denunciante vereador Ultramar. Aliás, se houve tal desvio de dinheiro do hospital, os autores terão de responder e serem penalizados nos termos da lei, sendo isso o que a comunidade espera. E da mesma forma o acusador, caso não possua provas sobre os fatos alardeados através da mídia.
E a atual diretoria?
É importante esclarecer que a atual diretoria do Hospital Bom Pastor nada tem a ver com os fatos envolvendo o então presidente Osvaldo Baraldi e outros da diretoria anterior. Após a renúncia do presidente, o Conselho Fiscal expediu edital convocando eleição para escolha de nova diretoria. Portanto, os atuais dirigentes do hospital chegaram depois. Aliás, a diretoria atual, que reúne pessoas dos mais diversos segmentos da sociedade, tem trabalhado intensamente na tentativa de reverter a situação de dificuldades da instituição, inclusive na questão técnica contábil para verificar a real situação financeira do hospital que, pelo já apurado, tem dívida em torno de R$ 3 milhões. O presidente Pedro Marodin garante que tão logo concluído o levantamento a direção prestará todas as informações pertinentes à comunidade.
Confie e contribua
A crise financeira do hospital Bom Pastor continua de certa forma “grave”, carecendo de doações da comunidade. As pessoas e empresas de Santo Augusto e região que desejarem colaborar com o hospital podem fazer doações variadas, desde gêneros alimentícios, materiais de uso diário e até dinheiro (doações filantrópicas podem ser abatidas no imposto de renda). Afinal, a manutenção do hospital de portas abertas e cuidando da recuperação da saúde das pessoas, inclusive da sua e de sua família, depende do grau de confiança na diretoria e nos profissionais que lá trabalham e da contribuição através de doações que cada um tiver ao seu alcance. Confie e contribua. Agora!