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Como começou a Feira do Livro de Porto Alegre

Praça da Alfândega recebeu 14 bancas na primeira edição, em 1955

Por Leandro Staudt – GZH

Revista do Globo / Reprodução
Praça da Alfândega na 1ª Feira do Livro, em 1955.Revista do Globo / Reprodução

Comemorando a 70ª edição, a Feira do Livro de Porto Alegre aproxima leitores, escritores, livreiros e editores. Em seus dias de maior beleza, florida pela primavera, a Praça da Alfândega fica lotada. A criançada aumenta o ruído alegre nos corredores formados pelas bancas. A Feira do Livro é realizada desde 1955 no Centro Histórico.

O jornalista Say Marques, do extinto jornal Diário de Notícias, voltou do Rio de Janeiro empolgado com a feira realizada na Cinelândia. O plano para realização de evento literário em Porto Alegre recebeu apoio de Henrique Bertaso, presidente da seção gaúcha da Câmara Brasileira do Livro e diretor da Livraria do Globo, e de outros empresários do setor.

inauguração ocorreu às 18h do dia 17 de novembro de 1955, uma quinta-feira. Estava marcada para o dia anterior, mas precisou ser adiada em razão da chuva. Patrocinada por Diário de Notícias e Rádios Associadas, a 1ª Feira do Livro do Rio Grande do Sul, nome original, mobilizou governo do Estado, livreiros e editores com sede ou representantes em Porto Alegre.

A Rádio Farroupilha transmitiu a cerimônia. O secretário estadual da Educação, Liberato Salzano Vieira da Cunha, foi escolhido como orador oficial. Nos primeiros anos, a feira não teve patrono.

O governador Ildo Meneghetti cortou a fita de inauguração. Em seguida, para incentivar as vendas, percorreu as bancas para fazer as primeiras compras. O Diário de Notícias publicou que Meneghetti escolheu o livro “Os problemas da liberdade”, de Fulton Sheen, além de um álbum geográfico para o neto.

Revista do Globo / Reprodução
Entre as crianças, governador Ildo Meneghetti comprou os primeiros livros.Revista do Globo / Reprodução

Os livreiros prometiam descontos de no mínimo 20%. Os livros não eram embrulhados, porque organizadores queriam ver os leitores orgulhosos carregando os exemplares embaixo dos braços.

Em duas semanas, as 14 bancas de madeira comercializaram mais de 30 mil livros, superando as expectativas. Em texto sobre a Feira do Livro, projetando a realização anual, a Revista do Globo previu, em 1955, que o evento “acabará sem dúvida acostumando o povo a comprar livros, e talvez a lê-los”.

A Câmara Rio-Grandense do Livro promoverá entre 1º e 20 de novembro a 70ª edição da Feira do Livro de Porto Alegre.

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