De acordo com o presidente do sindicato, Alfeu Strapassom, falta erva-mate no campo para a indústria comprar e beneficiar. Atualmente, o Rio Grande do Sul conta com cerca de 13 mil produtores de erva-mate. Nos últimos dez anos, a redução na área plantada foi de 30%. O problema é semelhante nos três estados do Sul do Brasil, além de regiões da Argentina e do Paraguai. O uso das plantas em outras frentes, como a produção de cosméticos, também contribuiu para a redução do montante distribuído às ervateiras, conforme o presidente do sindicato, Alfeu Strapassom.
Possibilidade de racionamento
“Estamos com um problema muito grande no setor. Falta de matéria-prima”, afirmou. “A erva é uma cultura de ciclo longo. Leva seis, sete anos para se produzir uma cultura razoável.” Segundo ele, não houve estímulo para o plantio do vegetal no passado. Ganhando pouco, o agricultor optou por abandonar o cultivo e trocá-lo por outra produção, como a soja, por exemplo.
O reflexo se dá na ponta final da cadeia produtiva. “Para o consumidor deve haver um aumento significativo até o fim do ano”, projetou Strapassom. “Acredito que em outubro tenhamos um desabastecimento geral, pela falta de matéria prima, nos supermercados. Talvez tenhamos até que racionar erva-mate.” Um levantamento realizada pela reportagem da Rádio Guaíba registrou o quilo da erva sendo comercializado entre R$ 9 e R$ 12 em Porto Alegre.
Preço da erva mate cresceu quase quatro vezes mais que a inflação
Conforme o economista da Ufrgs Everson Vieira dos Santos, a inflação foi 27,76%, de 2009 até agora. O valor pago pela erva, portanto, foi quase quatro vezes maior que a variação. De janeiro a julho de 2013 o aumento de preço chegou a 33%, enquanto a inflação cresceu 5,5%.
Fonte: Samuel Vettori / Rádio Guaíba / Correio do Povo