Professor não educa, instrui
Li o livro, um tanto quanto polêmico, intitulado “Professor não é Educador”, escrito pelo filósofo e professor Armindo Moreira. Para ele, educar e instruir são coisas bem diferentes, e por isso, sustenta que ao aceitar ser chamado de “educador”, o professor abandonou a honrosa terminologia que legitima e identifica o “mestre”. Moreira teoriza que educar é promover na pessoa sentimentos e hábitos que lhe permitam adaptar-se e ser feliz no meio em que há de viver, enquanto instruir é proporcionar conhecimentos e habilidades para a vida e o exercício de uma profissão. Para ele, o professor não deve ser educador de seus alunos, pois a verdadeira função do professor é instruir. A missão de educar cabe à família. Exemplo disso é cruzarmos com pessoas instruídas e mal-educadas; e analfabetos com esmerada educação. Portanto, educar é missão própria dos pais.
Aliás
O livro traz um alerta: Os frutos resultantes das campanhas em massa dizendo que o dever de educar cabe à escola, que indiretamente desautoriza ou isenta os pais e a família da responsabilidade de educar seus filhos, estão visíveis por aí: aumento de analfabetos funcionais, aumento de vagas de mão-de-obra pelas empresas por falta de capacitação, entre outras tantas.
Professor não é educador
Sinopse: O cotidiano de uma sala de aula é focalizado numa ampla gama de situações, tratadas por quem as vivenciou e as reuniu. O livro contém um texto variado e vibrante, com tópicos de curta extensão, indo da crônica ao relato pessoal e à avaliação crítica. A mensagem mais importante é de que um professor não pode fazer o que não lhe compete – mas superar-se a cada dia, naquilo que de fato lhe compete. Este livro fala, na realidade, de questões com as quais um professor se identifica e de frustrações que ele também compartilha. Numa linguagem envolvente, está aqui uma inestimável ajuda a quem tiver a fina sutileza de compreender os princípios por detrás de cada provocação. Esta é uma obra que pode ser amada ou odiada, mas que com certeza fará com que o leitor não saia a mesma pessoa após sua leitura. Uma contribuição bem-vinda num momento em que a eficiência na escola se torna mais importante e mais desejada do que nunca.
MIRANTE
Recomendo a leitura desse livro por professores e pelos pais. Compreender as responsabilidades de cada um, é o melhor jeito de melhorar tanto a família como a escola. Essa história de pais transferirem para a escola a responsabilidade de educar seus filhos é totalmente equivocada e inconcebível.
Chega ser nostálgico
Sou de épocas em que professor era mestre e despertava sentimentos como respeito, admiração, autoridade e até temor. Era uma das autoridades que desde cedo aprendíamos a respeitar, assim como os pais, avós e tias. No passado respeitava-se a todos os adultos e mais velhos. Era ato gravíssimo desrespeitar, gritar, agredir pessoa mais velha, pais ou professor. Eram atos intoleráveis, e punições inevitavelmente seriam impostas, sem que houvesse necessidade de estatutos, conselhos tutelares, ou qualquer entidade semelhante. Até porque isso não existia. O que tinha na época era o Código de Menores que regulava a função de “comissário de menores”, cujo servidor raramente era preciso ser acionado.
A propósito
Família educa, professor ensina, conselho tutelar aconselha, polícia prende, autoridade se impõe e existe para ser respeitada. “A solução está onde os problemas começam”. Família e escola têm que repensar e assumir seus papéis.
Ler jornal desde a infância
A informação contribui para a formação integral do indivíduo. O jornal é veículo de informação. Tem de ser, portanto, utilizado como instrumento de conhecimento sobre os acontecimentos da cidade, região, estado, país, mundo. Através da leitura descobrimos e aprendemos culturas, histórias e hábitos diferentes, compreendemos a realidade, o sentido real das ideias, vivências, sonhos. Desde pequenos, os jovens devem aprender a manusear um jornal impresso, sempre entrando em contato com os acontecimentos de sua localidade e região. Para isso é importante os pais também adquirirem o hábito da leitura e estimularem os filhos a fazerem o mesmo.
Exemplo a ser seguido
Falando em “ler jornal desde a infância”, vale destacar as elogiáveis iniciativas de duas escolas municipais de Santo Augusto no ano passado. A Escola Antônio Liberato, sob a coordenação do professor de português João Paulo Massotti, num projeto desenvolvido de forma interdisciplinar com alunos de duas turmas, lançou o jornal “O Liberato”, tendo como objetivo fomentar a leitura, a escrita e o pensamento crítico, incentivando os alunos a explorarem gêneros jornalísticos e a refletirem sobre o contexto social e histórico em que vivem. Já a Escola Antônio João, localizada no Distrito de Pedro Paiva, num projeto idealizado e coordenado pelo professor Renato Pereira, lançou o jornal escolar “Quinzote”, nos formatos impresso e digital, com atividade interdisciplinar envolvendo professores e alunos, objetivando tratar de temas do cotidiano da escola, da comunidade rural e do município de Santo Augusto, além de levar o aluno a desenvolver a prática da leitura e da escrita, refletir sobre o seu cotidiano e a registrar os fatos e a história da comunidade. São exemplos a serem seguidos. A coluna parabeniza a ambos pela brilhante iniciativa.
Celular na escola
O presidente da República sancionou, nesta segunda-feira (13), o Projeto de Lei que limita o uso de aparelhos celulares e outros aparelhos eletrônicos por alunos da rede pública e privada do país. O projeto, agora lei, prevê exceções apenas para fins pedagógicos mediante a orientação dos professores, proibindo ainda sua utilização durante o recreio ou intervalo entre aulas. A lei 4.932/2024 já começa a valer para o ano letivo de 2025 e restringe o uso do aparelho para o ensino infantil, fundamental e médio. Levar o celular para a escola não está proibido, mas haverá orientações quanto ao seu armazenamento e uso em situação específica e de extrema necessidade, o que fica a cargo de cada escola.
Da implantação
Os processos de orientação para implantação serão determinados ao longo deste mês de janeiro e repassados às redes de ensino, que terão um período para se adaptar às mudanças. As instituições de ensino, contudo, já podem aplicar a determinação a partir de fevereiro, quando se inicia o ano letivo.
Tarefa difícil
É sabido por todos que a utilização sistemática de celulares em sala de aula é fato e configura uma distração, pois os alunos usam o aparelho para jogar, ver vídeos, trocar mensagens – ou seja, tudo, menos estudar. Como serão doutrinados com a proibição do uso em sala de aula? Eis a questão. Tarefa difícil!
Quem vai fiscalizar?
Agora complica tudo. Quem vai fiscalizar? O professor, a professora? O que fazer quando um aluno adolescente for pego utilizando o celular indevidamente? Como proceder se a lei não prevê sanção alguma a respeito? O celular poderá ser retirado do aluno, com todo o ônus do controle recaindo nas mãos dos professores, que certamente serão punidos caso algum aluno disser que está sendo prejudicado em sua aprendizagem por falta do celular.
Vai dar estresse!
Já é intenso o quebra-cabeça, e sugestões é que não faltam. A mais aceita, pelo que parece, é a de “após a terceira advertência, o professor tirar o celular do aluno infrator e entregar para a direção. A direção, por sua vez, só entrega o celular para o responsável do aluno, que precisa ir à escola buscar”. Parece simples, mas, mesmo com toda essa tolerância de três advertências, vai dar estresse. Vai ter pai ou mãe que vai chegar na escola dando razão para o filho. Aguarde.