Pelos sinais, nem Lula nem Jair
Símbolos da polarização no Brasil, o presidente Lula e seu antecessor Jair Bolsonaro vivem momentos desafiadores. Segundo as pesquisas, o petista enfrenta um processo acelerado de desgaste de imagem e lida com um percentual de reprovação acima de 60% nos principais colégios eleitorais. A perda de popularidade ocorre até em tradicionais redutos do PT e fez aumentar a especulação de que Lula, por medo de ser derrotado, pode desistir da campanha à reeleição em 2026. Já o ex-presidente Jair Bolsonaro não pode concorrer na próxima eleição, a não ser que haja uma reviravolta jurídica ou no Congresso. Bolsonaro está inelegível e ainda corre o risco de ser punido com até quarenta anos de prisão, caso o Supremo Tribunal Federal (STF) o condene por, supostamente, ter liderado uma trama golpista que tinha o objetivo, segundo a Procuradoria-Geral da República (PGR), de implodir a democracia e garantir sua permanência no poder. Portanto, hoje, o cenário é de incerteza para os dois maiores líderes políticos do país, o que tem impulsionado a elaboração de planos alternativos.
Aliás
No plano alternativo, os articuladores de uma candidatura de direita, além de tentar uma difícil, mas possível união, precisam administrar um problema ainda maior: Jair Bolsonaro. A insistência do capitão para continuar no jogo é o principal entrave para as tratativas. Como o ex-presidente é o maior cabo eleitoral da direita, ele não pode ser atropelado nem confrontado por integrantes do grupo. Por isso e por outras, ninguém quer entrar em sua lista de desafetos, até porque Bolsonaro já se mostrou extremamente eficiente para acabar com a carreira de aliados que, segundo ele, traíram sua confiança.
PP Gaúcho se movimenta
Em reunião da Executiva Estadual, realizada na semana passada, o partido Progressista (PP) decidiu que lançará candidato próprio ao governo do estado na eleição do ano que vem. Embora não tenha havido indicação de nomes durante o evento, nos bastidores são citados o atual presidente da sigla, Covatti Filho, Silvana Covatti, o senador Luiz Carlos Heinze, Frederico Antunes e Ernani Polo. No entanto, reservadamente, integrantes da legenda ponderam que essa situação deverá ser muito bem avaliada, pois não teria sentido bancar uma candidatura com um nome não competitivo. E também são especuladas outras tendências, alguns almejam manter o partido na aliança governista, que será liderada, em tese, por Gabriel Souza (MDB), outros falam de coligação com o PL, onde o candidato mais provável será o deputado Luciano Zucco, e a formação de uma frente de direita.
Estão fazendo charme
Na real, o PP gaúcho não quer candidatura própria e nem cabeça de chapa em eventual coligação, pois o que quer mesmo é ser vice de quem tiver melhores chances. Essa história de candidatura própria é só charme, estão blefando, jogando para a torcida. A intenção, provavelmente, é preparar terreno, convencer a base de que não tem ninguém competitivo para concorrer ao governo. O que é um equívoco. O PP tem dificuldades, por que razões não sei, em reconhecer e aceitar que dentro de seu quadro tem uma grande liderança, muito competitiva. Não dá pra entender. Eles preferem ser vice, ou nem isso, apenas coadjuvante, em segundo plano.
A propósito
O deputado e secretário de Estado, Ernani Polo (PP), pelo que se observa, deixa claro que quer ser vice de Gabriel Souza (MDB), em 2026. Creio que não vai conseguir o intento. Primeiro, porque internamente tem forças mais influentes interessadas. Segundo, porque Gabriel Souza não vai ser candidato a governador. Ao fogo amigo e às estratégias interesseiras de Eduardo Leite ninguém resiste.
A chapa ideal
O Progressista (PP) gaúcho está mais uma vez deixando de mostrar sua grandeza e, quiçá, conquistar o Palácio Piratini. Entre seus líderes, o mais habilidoso e reconhecido pela base por sua dedicação e trabalho de 20 anos no parlamento estadual e federal, capaz de articular entendimentos sólidos com outros partidos da direita e do centro-direita, o ex-deputado Jerônimo Goergen (PP), parece que não está sendo lembrado. Ele, se chamado a concorrer ao Piratini, certamente articularia uma frente de direita formada por PP, PL, Novo, Republicano, União e Podemos. Nessa linha de raciocínio, a chapa ideal seria: Jerônimo Goergen (PP) na cabeça de chapa, Marcel Van Hatten (Novo) de vice-governador, e Luciano Zucco (PL) para o Senado. Sei que o leitor vai dizer que isso é utopia. Talvez! Mas, é assim que vejo.
Meu sonho é ser governador
O ex-deputado Jerônimo Goregen (PP), desde os tempos de deputado estadual sempre disse que “seu sonho seria ser governador do Estado do Rio Grande do Sul”. Esse desejo ele sempre demonstrou. Infelizmente, apesar de todas as suas boas qualidades e de ter a simpatia consolidada nas bases, seu partido nunca estimulou a ideia. Pelo contrário, ignorou seu potencial político. Esta semana, conversei com Jerônimo e perguntei a ele se vai voltar ao cenário político em 2026? Respondeu que não. Não concorrerá a deputado e nem a senador. Mas a governador, se chamado, estará pronto. E voltou a enfatizar que “seu sonho é ser governador”, mas que não tem esperança. E voltou a reafirmar que ao governo do Estado concorreria, embora não veja este cenário interno no PP. Mas, se for para acontecer estarei preparado, disse o ex-deputado federal, Jerônimo Goergen.
Aguarde e veja
O governador Eduardo Leite (PSDB), provavelmente, mais uma vez não vai cumprir acordo estabelecido. Em 2022, era para ele dar apoio a Gabriel Souza (MDB) para governador. No entanto, ele não cumpriu, atravessou o caminho do emedebista e o deixou como vice, “combinando” que em 2026, Gabriel teria o seu apoio. Aguarde e veja. Mais uma vez, Eduardo não vai cumprir. Ele deverá lançar à sua sucessão, a ex-prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas (PSDB) e assim, formar palanque político em sua pretensa campanha presidencial. Pior que isso, ainda é capaz de oferecer como consolação a Gabriel a condição de vice novamente, integrando a chapa de Paula. Até porque o poder de manipulação que Eduardo Leite exerce sobre o MDB e o PP é incrível. Portanto, ele vai continuar mandando no pedaço e seguir fazendo tudo para o seu próprio bem, como tem feito ao longo dos últimos sete anos.
Taxas mais caras para CNH
Como é do estilo do governador Eduardo Leite, mais uma vez botou a mão no bolso dos gaúchos. Desta vez, as vítimas são os condutores de veículos e os interessados a obtenção da primeira CNH, que a partir de 1º de fevereiro tiveram aumento das taxas, respectivas. O reajuste foi de 4,70%, tanto para primeira CNH como para renovação. O Detran/RS aplicou o reajuste não apenas nas taxas de habilitação, mas também nos serviços oferecidos pelos CFCs, CRVAs e CRDs.
Para a primeira habilitação, os valores são: Categoria A (moto): de R$ 2.584,37 para R$ 2.705,84; Categoria B (carro): de R$ 2.590,03 para R$ 2.711,91; Categoria AB (carro e moto): de R$ 4.363 para R$ 4.568; Categorias C, D e E (veículos pesados): de R$ 3.042,68 para R$ 3.185,60.
No caso de renovação da CNH, os custos também foram ajustados. Para condutores com até 65 asnos, o valor passou de R$ 296 para R$ 309. Já para motoristas acima dessa idade, o custo aumentou de R$ 178 para R$ 186.