Emendas, uma excrescência
As emendas parlamentares, embora previstas em lei, são uma excrescência. É um escárnio ao País, um tapa na cara dos pagadores de impostos. A alocação de recursos públicos precisa ser pautada por critérios técnicos rigorosos, pois seu uso requer transparência e publicidade. Dinheiro público não é qualquer coisa que se encontra na rua, precisa ser usado com parcimônia, com austeridade. Os recursos das emendas estão sendo canalizados para redutos eleitorais dos caciques políticos e sendo usados com fins eleitoreiros, sem que haja ônus algum para os beneficiários. Só ficam com o bônus. É uma partilha desigual e injusta, que causa distorção e desequilíbrio no processo eleitoral. E ainda deixa o executivo refém do legislativo que acaba vendendo caro a aprovação de projetos. Afora isso, vem o mais grave, a propina sobre o montante de emendas destinadas. Isso não é imaginação, é fato. Boa parte das emendas fica pelo caminho. É a orgia com o dinheiro público.
Interesses escusos
O novo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, nem esquentou a cadeira já demonstra um de seus objetivos, alheios, obviamente, aos interesses do povo. Quer aumentar o número de deputados, quando, na verdade, o Brasil precisa é de diminuir o número de congressistas, especialmente de estados menos populosos. Além do enxugamento do Congresso, o que os brasileiros mais querem é que essa classe tenha interesse no crescimento do País, e não nas suas próprias contas bancárias.
Aliás, não existe mais aquela máxima “roubou, mas fez”. Agora, só há “roubou e não fez”. E o brasileiro fica aturdido: Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come. Estamos num beco sem saída. A maioria dos políticos e de outros detentores de poder está viciada. A ganância e a desonestidade são gritantes. Só enxergam o “cofre grande” do povo.
Preparando o terreno
Dia 30 de janeiro, ao contratar o marqueteiro Sidônio Palmeira para comandar a comunicação em seu governo, o presidente Lula da Silva, “lançou” a sua candidatura à Presidência em 2026. Inclusive, anunciou o início da campanha, ainda que de forma velada. Disse a seus apoiadores: “A democracia será a grande derrotada se a gente permitir que a mentira seja vitoriosa, ganhando da verdade. Este ano vou me dedicar muito, estou 100% pronto para começar a viajar pelo Brasil, para começar a percorrer os estados, para estabelecer uma conversa verdadeira, para que a hora da verdade possa dizer para o país como é que estamos”. Enfim, em outras palavras, Lula disse que de agora em diante vai se dedicar à campanha.
Martelo batido
Irônico, Lula prosseguiu falando a seus seguidores: “Quando eu vi a história do companheiro Kassab, eu comecei a rir, porque ele disse que se a eleição fosse hoje eu perderia, e fui ver no calendário e a eleição é só daqui a dois anos, eu fiquei muito despreocupado, porque hoje não tem eleição”. Em seguida, a afirmação categórica, e martelo batido: “Se os republicanos vão me apoiar, ou não, em 2026, deixem chegar 2026. O meu problema agora é fazer com que 2025 seja o melhor ano da colheita política desse país para o meu governo”. Portanto, Lula da Silva “declarou-se” candidato ao quarto mandato presidencial. Enquanto isso, o custo dos alimentos nos supermercados e remédios nas farmácias sobem dia a dia, assustadoramente. Na boa, o país não merece isso. É muita cara de pau.
A propósito
Não resta dúvida que o senhor Lula da Silva já está fazendo campanha eleitoral. Só que fazer campanha eleitoral fora do período oficial determinado pela legislação eleitoral, é burlar, achincalhar as regras eleitorais. Portanto, é mais um mau exemplo de desrespeito à lei que Lula está dando. Mas, de que adianta ser proibido quando o transgressor é o Lula!
O Desafio, sem Bolsonaro
Com a quase certa ausência de Jair Bolsonaro (PL) na disputa presidencial de 2026, evitar a fragmentação da direita em várias candidaturas é o maior desafio, avaliam representantes desse campo ideológico. Com a insistência de Bolsonaro em concorrer, o caminho a seguir ainda é indefinido. Dirigentes partidários e parlamentares da direita e do centrão, se mostram insatisfeitos com o cenário. Eles temem que a demora em admitir outra candidatura “possa custar a eleição”, e sugerem que o ideal seria aglutinar a direita em torno de um único candidato até o fim deste ano, a tempo de construir uma candidatura nacional. Curioso é que o egocentrismo do Bolsonaro o impede de enxergar o óbvio.
Tarcísio é o preferido
O preferido para a missão de concorrer à presidência no segmento direitista é o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Um dos argumentos para convencer Bolsonaro a apoiar o afilhado político é o de que, caso eleito, Tarcísio poderia conceder a ele o perdão presidencial, livrando-o de uma prisão hoje tida como provável.
No contexto
Sem Bolsonaro, Tarcísio de Freitas tenderia a unificar todo o campo da direita. Mas, se ele não quiser, aí tem Ronaldo Caiado (União Brasil), Ratinho Jr (PSD), Romeu Zema (Novo) e outros. Com um, porém: União Brasil e PSD têm ministérios no governo Lula e, quem disse que esses partidos querem desgrudar do petista?
Outros nomes
Outros nomes ventilados, como Eduardo e Flávio Bolsonaro, Pablo Marçal, Gustavo Lima, Eduardo Leite, os próprios Lula e Bolsonaro, não faz sentido. É retrocesso. Os brasileiros não merecem. Um país com mais de duzentos milhões de habitantes, certamente tem melhores nomes. Não dá mais pra ir nessas de que qualquer um pode governar o Brasil. O Brasil não é a casa da mãe joana. Ou é?
Juliana Brizola?
Pesquisa Quaest divulgada dia 27 de fevereiro aponta a tendência dos eleitores para o governo gaúcho, nas eleições de 2026. A pesquisa foi realizada entre os dias 19 e 23, ouvindo 1.104 eleitores com 16 anos ou mais. O resultado foi o seguinte: Juliana Brizola (PDT), 19%; Tenente-Coronel Zucco (PL), 15%; Edgar Pretto (PT), 10%; Gabriel Souza (MDB), 7%. Indecisos, 21%; Branco/nulo/não vai votar, 28%.
Troféu “Papa diárias”
Já são vinte e tantos anos que a coluna, volta e meia, mostra os gastos de vereadores da região em diárias de viagens, e comenta sobre a falta de clareza quanto a real necessidade e o real retorno que esses gastos dão aos seus municípios e aos contribuintes que pagam a conta. Na maioria das vezes foi o mesmo que mexer com vespeiro, vieram pra cima do colunista como que isso fosse ofensa. Eu era o único, na região, a apontar os gastos, muitas vezes excessivos, dos vereadores, e a questionar que retorno esses gastos trariam aos municípios?
Agora, felizmente, não sou mais o único na região. O já consolidado portal Observador Regional, do talentoso comunicador Marcos Nunes, numa iniciativa relevante, acaba de lançar a edição mensal intitulada “Diárometro 2025”, criando o troféu “Papa Diárias, Locomoção e Participação em Curso”, para aqueles vereadores que se destacarem pelo alto volume de gastos, numa tentativa de pressionar por maior responsabilidade no uso do dinheiro público. As edições mensais do “Diárometro 2025” divulgarão as despesas dos vereadores com diárias, locomoções, inscrições em cursos e outras, os reais custos e eventuais excessos no uso dos recursos públicos. Parabéns, Marcos. Vai firme nessa. Se prepare para a pressão.
RADAR
Pelo menos em dois municípios os vereadores já começaram o ano exagerando nos gatos com diárias de viagens. Em janeiro, a Câmara de Redentora gastou R$ 37.106,09, e Barra do Guarita gastou R$ 35.345,42. Chegaram com sede ao pote!