COLUNA: Adolescência – Bolsa Família – Reviravolta no PT – Juliana é a aposta do PDT – Zucco flerta PP – Feminicídio indireto

Covatti presenteia a noiva

Sim, presenteou e daí? Daí que ele fez cortesia com chapéu alheio. O presente que o deputado Covatti Filho (PP) ofereceu à noiva foi uma emenda parlamentar no valor de R$ 1,3 milhão para reforma do Hospital de Santa Cruz do Sul. Esse dinheiro não é dele, é do contribuinte, do pagador de impostos. Mas ele, a exemplo da maioria dos deputados e senadores, trata as emendas como se fosse dinheiro do bolso dele. Isso é um acinte à sociedade. Veja o que disse a vereadora Nicole Weber, noiva do parlamentar, revelado pelo jornal O Globo: “O deputado Covatti Filho, meu noivo, me deu de presente para eu repassar para a comunidade, para o Hospital Santa Cruz, R$ 1,3 milhão, para que seja feita toda a parte elétrica nova da ala São Francisco dos pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde)”. Covatti confirma a indicação da emenda, mas alega que a situação, em si, foi “desvirtuada e mal interpretada” em função de um vídeo publicado por Nicole.

Adolescência

No top 10 de séries mais vistas da história da Netflix, Adolescência virou um fenômeno global ao retratar a história de um menino de 13 anos acusado de matar uma colega de escola. Sobre a série, a juíza Vanessa Cavalieri, da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro afirma que “muitas famílias acham que, se o filho está em casa, mexendo no celular ou no computador em seu quarto, ele está seguro, o que não é necessariamente verdade”. A série aproxima o telespectador da história ao apresentar um protagonista comum, que pode surgir de qualquer família. Antes, eram jovens em situação de alta vulnerabilidade socioeconômica, envolvidos em crimes como tráfico de drogas e roubos. Agora, adolescentes de classe média e alta, praticam crimes digitais e planejam ataques físicos em escolas. A maioria cometido por meninos, tanto para crimes digitais quanto presenciais. Isso choca, porque nos faz perceber que uma tragédia assim pode estar perto de nós. A juíza recomenda que pais estudem sobre a adolescência; compartilhem experiências; monitorem atividades online do adolescente; e, “estabeleçam limites claros aos filhos”.

Bolsa Família

Das mais de 20 milhões de famílias inscritas no Bolsa Família em fevereiro de 2025, cerca de 7 milhões recebem o benefício há pelo menos dez anos – o que representa quase 35% do total. “A partir de 2022, não apenas aumentou o valor do Bolsa Família como cresceu o número de beneficiados”, observa Rodolpho Tobler, pesquisador do Ibre-FGV, responsável pela Sondagem do Mercado de Trabalho. “Não faz sentido para uma pessoa sair de casa para trabalhar oito horas por dia e ganhar um salário-mínimo que, tirando os impostos e descontos, é apenas um pouco a mais do que obtém do governo sem fazer esforço”, ironizou.

Aliás

A percepção que se tem é que o Bolsa Família, desestimula o trabalho e condena famílias a eterna pobreza, eis que, segundo pesquisas, milhões de beneficiários permanecem praticamente sempre no programa. Bolsa Família deveria ter prazo de validade, apenas o tempo suficiente para o beneficiário arrumar emprego, por exemplo, dois anos. Do jeito que é aplicado o benefício, o Brasil se torna cada vez mais pobre e menos produtivo.

 Dados aleatórios

Considerando o número de integrantes das famílias beneficiadas nas 497 cidades do Rio Grande do Sul, o Bolsa Família impacta diretamente cerca de 1,6 milhão de gaúchos, ou 14,3% da população do Estado. Os percentuais de beneficiados em relação à população, indicam o nível de pobreza no município, ou seja, quanto menor o percentual de beneficiados, menor é o índice de pobreza. Anotei, aleatoriamente, alguns municípios aqui da Região Celeiro, com os maiores e os menores percentuais de beneficiários do Bolsa Família: São Valério do Sul, 18,05% ou 468 beneficiários; Redentora, 16,66% ou 1655 beneficiários; Chiapetta, 5,21% ou 208 beneficiários; São Martinho, 2,49% ou 139 beneficiários. Aqui em Santo Augusto, são 749 ou 5,28% os beneficiários do Bolsa Família.

Reviravolta no PT

Notícias veiculadas na semana passada dão conta de que o nome do deputado Paulo Pimenta voltou ao rol dos possíveis candidatos do PT ao governo em 2026. Antes era dado como certa sua candidatura ao Senado e Edegar Pretto concorreria ao Piratini. A reviravolta foi motivada por pesquisas encomendadas pelo partido indicando que Pimenta é mais competitivo. Também, as pesquisas em que Juliana Brizola (PDT) aparece em primeiro lugar, pesam nas avaliações dos petistas. Enfim, seja Paulo Pimenta, ou Edegar Pretto o candidato, o desejo do PT é formar uma coligação que inclua, além dos tradicionais aliados como PSOL e PCdoB, o PDT e o PSB, que hoje integram o governo Eduardo Leite.

Juliana é a aposta do PDT

Em alta nas pesquisas, Juliana Brizola é cotada para disputar o Piratini em 2026. Na sexta-feira (11), durante encontro regional em São Leopoldo, as bases do PDT, empolgadas com os resultados de pesquisas que mostram Juliana Brizola em primeiro lugar, lançaram sua candidatura ao governo do Estado. No ato estava presente Carlos Lupi, presidente nacional do PDT. Lisonjeada, Juliana disse que não pode ser candidata de si mesma, mas se as pesquisas continuarem mostrando seu nome em primeiro lugar, não fugirá da candidatura. Contudo, o presidente estadual do PDT, Romildo Bolzan, afirma que Juliana não será candidata ao governo e sim a deputada federal. Então tá, se o caudilho falou tá falado!

Zucco flerta PP

Objetivando garantir a formação de uma frente ampla da direita no Estado em 2026, o deputado Luciano Zucco (PL) flerta o presidente estadual do PP, deputado Covatti Filho. Zucco é pré-candidato a governador e, nesta segunda-feira (14), provocou um encontro com o dirigente Progressista, com a proposta de fortalecer os laços entre os partidos, cuja ideia é articular uma frente de representantes da direita, que una, além do PP e PL, o Republicanos e o União Brasil. PP e PL têm alinhamento nacional, seria muito positivo ter no Estado também. Existe possibilidade de construção conjunta, mas agora é momento apenas de diálogo, de alinhamento ideológico, pondera Zucco.

Feminicídio indireto

A violência contra a mulher no Brasil vem de longe, é uma prática antiga e que segue muito atual. Entre os atos de violência contra a mulher, temos o feminicídio indireto, quando um homem mata filho(s) para atingir a companheira. Essa prática segue fazendo estragos na sociedade atual, inclusive com casos recentes aqui no nosso Estado, onde certos homens que se acham donos das mulheres, entendem, em suas visões tortuosas, terem poderes sobre a vida, o futuro e a morte de “suas mulheres”. E, infelizmente, estamos vivenciando diariamente o resultado desse entendimento machista e distorcido da realidade, com o número de assassinatos de mulheres por questão de gênero (feminicídios) aumentando a cada dia. Estatísticas revelam que a cada 6 horas uma mulher é assassinada no Brasil.

A propósito

A inclemência desses homens faz com que uma vez rejeitados, e com o fim do relacionamento, partem para a agressão, em muitos casos, matar a mulher. O sentimento de vingança fica tão intenso que transcende qualquer sentimento humano, sem medir qualquer consequência. Tentar prevenir esses crimes pode apenas protelar, porque ele não vai sossegar enquanto não cumprir seu objetivo final. E a mais cruel vingança não é apenas contra a vida da mulher, mas contra a vida de alguém mais valioso para essa mulher do que a sua própria vida, os seus filhos. A sociedade precisa refletir sobre isso, apesar de serem casos de foro íntimo. Porém, de preocupação pública. Infelizmente, prevenção efetiva, nesses casos, não existe. O que tem que mudar é a cultura machista, retrógrada.

Categorias

Categorias

Arquivos

Arquivos