Salão foi decorado com motivos gauchescos e a bandeira da causa homossexual
13/09/2014 | 18h06
Santana do Livramento realizou neste sábado a polêmica cerimônia de casamento coletivo de 28 casais que incluiu um par homossexual. Mesmo transferido do CTG Sentinelas do Sul para o fórum do município em função de um incêndio, o clima gauchesco foi mantido, com participantes pilchados e mulheres vestidas de prenda, entre elas a juíza Carine Labres, que tornou possível a cerimônia. Completavam os adornos da festa algumas bandeiras coloridas do movimento LGBT.
Ao som de Céu, Sol, Sul, Terra e Cor, o patrão do CTG Sentinelas do Planalto, Gilbert Gisler, o Xepa, entrou acompanhado da juíza no salão do fórum de Santana do Livramento por volta das 16h15min. A seguir, foi iniciada a marcha nupcial, quando os casais entraram. Por último apareceram Solange Ramires, 24 anos, e Sabriny Benites, 26 anos, a primeira vestida de noiva e a segunda, de smoking. Foram amplamente aplaudidas no salão.
Autoridades presentes ao fórum aproveitaram o momento para se pronunciar. A ministra dos Direitos Humanos, Ideli Salvatti, enalteceu o casamento de Solange e Sabriny e afirmou que a união vai servir de debate nacional. Já o desembargador José Aquino salientou que o Judiciário tem o propósito de "pacificar" o caso.
— A lei já prevê o casamento homossexual, e o Estado não pode retroceder — disse Aquino.
Depois de uma hora de discursos, Solange e Sabriny foram as primeiras a casar, por volta das 17h15min. Sob o juiz de paz, disseram "sim" e trocaram um beijo. Outra vez, foram aplaudidas intensamente. Na sequência, os outros casais oficializaram a união.
Zero Hora