Exoesqueleto para proteção de policiais em protestos, que deveria ter chegado antes do Mundial, não vai ser entregue para 15 cidades, incluindo Porto Alegre. Governo federal alega que fornecedora descumpriu prazos
25/07/2014 | 04h03
Trezentos exoesqueletos, como os usados pela Polícia Militar de São Paulo (foto), seriam encaminhados para a Brigada MilitarFoto: Polícia Militar de São Paulo / Divulgação
O exoesqueleto prometido pela Secretaria Extraordinária para Grandes Eventos (Sesge), para reforçar a proteção de policiais na Copa, não chegou e nem chegará a 15 cidades do país — inclusive Porto Alegre. Em todo o Brasil, 3,7 mil trajes foram prometidos às 12 cidades-sede e a Aracaju (SE), Maceió (AL) e Vitória (ES), onde funcionaram os centros de treinamento de seleções.
Os trajes especiais — que lembram o ciborgue do filme americano Robocop e foram apelidados com o mesmo nome — deveriam ter sido entregues antes do Mundial. Ligada ao Ministério da Justiça, a Sesge alega que a empresa Centro de Treinamento de Técnicas e Táticas Especiais e Sistemas Integrados de Segurança — vencedora da licitação e com sede em Porto Alegre — descumpriu o prazo de 20 de maio, prorrogado até 10 de junho.
As polícias militares ficaram sem o equipamento e, como a Copa passou, não haverá nova licitação. Os R$ 3,3 milhões previstos não foram pagos, pois o acerto dependia do recebimento dos itens. Segundo a Sesge, a empresa foi informada, e a adoção de medidas administrativas está em estudo. A licitação foi realizada em fevereiro deste ano e teve um aditivo. Porto Alegre receberia 300 trajes para o Batalhão de Operações Especiais (BOE).
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— As demandas para o emprego são as mais diversas, não só para manifestações, mas também para uso em tumultos em presídios ou reintegrações de posse — destaca o comandante do 1º BOE, tenente-coronel Alexandre Bortoluzzi.
Mesmo sem os trajes, a Brigada Militar recebeu diversos itens do kit "Padrão Fifa" prometido pelo governo federal. O material, que foi fornecido por outras empresas, incluía itens como capacetes e escudos à prova de balas, máscaras de gás e um caminhão blindado com jato d'água.
Empresa diz que importou itens da China e nega culpa por atraso
No cadastro que consta na Receita Federal, a empresa Centro de Treinamento de Técnicas e Táticas Especiais e Sistemas Integrados de Segurança (CTTE-SIS) descreve sua principal atividade como comércio varejista de artigos de uso pessoal e doméstico.
ZH foi na quinta-feira até a sede da empresa em Porto Alegre, no bairro Teresópolis, e conversou com o proprietário, o delegado da Polícia Civil aposentado Marcos Vinícius Souza de Souza. Ele afirma que a empresa oferece cursos de treinamento policial desde 2000 e, a partir de 2012, passou a importar itens de segurança.
Souza ressalta que, a partir da licitação do governo federal, encomendou os exoesqueletos da China. Garante que os equipamentos chegaram ao Brasil dentro do prazo previsto no contrato assinado — em três carregamentos, entre os dias 6 e 10 de junho. O problema, de acordo com o empresário, foi que o processo de nacionalização da carga se estendeu até o dia 11 de julho. Souza admite que foi informado por e-mail da decisão da Sesge em relação ao descumprimento do contrato, mas ainda não encaminhou uma resposta:
— Vamos aguardar o comunicado oficial da secretaria para ver qual decisão tomar.
Questionado sobre o prejuízo por não receber o pagamento do governo federal, Souza revela que sua empresa venceu outras três licitações para distribuir o mesmo material. Duas, segundo ele, são para o Rio Grande do Sul:
— Na semana que vem, devem chegar 300 exoesqueletos para a Brigada Militar e outros 26 para o Comando Rodoviário.
Procurada na quinta-feira à noite, a Secretaria de Segurança do Estado, por meio da assessoria de imprensa, não confirmou a compra e disse que precisaria consultar o sistema, o que só poderia ser feito nesta sexta-feira.
Os trajes especiais — que lembram o ciborgue do filme americano Robocop e foram apelidados com o mesmo nome — deveriam ter sido entregues antes do Mundial. Ligada ao Ministério da Justiça, a Sesge alega que a empresa Centro de Treinamento de Técnicas e Táticas Especiais e Sistemas Integrados de Segurança — vencedora da licitação e com sede em Porto Alegre — descumpriu o prazo de 20 de maio, prorrogado até 10 de junho.
As polícias militares ficaram sem o equipamento e, como a Copa passou, não haverá nova licitação. Os R$ 3,3 milhões previstos não foram pagos, pois o acerto dependia do recebimento dos itens. Segundo a Sesge, a empresa foi informada, e a adoção de medidas administrativas está em estudo. A licitação foi realizada em fevereiro deste ano e teve um aditivo. Porto Alegre receberia 300 trajes para o Batalhão de Operações Especiais (BOE).
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— As demandas para o emprego são as mais diversas, não só para manifestações, mas também para uso em tumultos em presídios ou reintegrações de posse — destaca o comandante do 1º BOE, tenente-coronel Alexandre Bortoluzzi.
Mesmo sem os trajes, a Brigada Militar recebeu diversos itens do kit "Padrão Fifa" prometido pelo governo federal. O material, que foi fornecido por outras empresas, incluía itens como capacetes e escudos à prova de balas, máscaras de gás e um caminhão blindado com jato d'água.
Empresa diz que importou itens da China e nega culpa por atraso
No cadastro que consta na Receita Federal, a empresa Centro de Treinamento de Técnicas e Táticas Especiais e Sistemas Integrados de Segurança (CTTE-SIS) descreve sua principal atividade como comércio varejista de artigos de uso pessoal e doméstico.
ZH foi na quinta-feira até a sede da empresa em Porto Alegre, no bairro Teresópolis, e conversou com o proprietário, o delegado da Polícia Civil aposentado Marcos Vinícius Souza de Souza. Ele afirma que a empresa oferece cursos de treinamento policial desde 2000 e, a partir de 2012, passou a importar itens de segurança.
Souza ressalta que, a partir da licitação do governo federal, encomendou os exoesqueletos da China. Garante que os equipamentos chegaram ao Brasil dentro do prazo previsto no contrato assinado — em três carregamentos, entre os dias 6 e 10 de junho. O problema, de acordo com o empresário, foi que o processo de nacionalização da carga se estendeu até o dia 11 de julho. Souza admite que foi informado por e-mail da decisão da Sesge em relação ao descumprimento do contrato, mas ainda não encaminhou uma resposta:
— Vamos aguardar o comunicado oficial da secretaria para ver qual decisão tomar.
Questionado sobre o prejuízo por não receber o pagamento do governo federal, Souza revela que sua empresa venceu outras três licitações para distribuir o mesmo material. Duas, segundo ele, são para o Rio Grande do Sul:
— Na semana que vem, devem chegar 300 exoesqueletos para a Brigada Militar e outros 26 para o Comando Rodoviário.
Procurada na quinta-feira à noite, a Secretaria de Segurança do Estado, por meio da assessoria de imprensa, não confirmou a compra e disse que precisaria consultar o sistema, o que só poderia ser feito nesta sexta-feira.
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