Pré-candidato gaúcho ao Senado pelo PSB, Beto Albuquerque cita experiência de 16 anos no Congresso como trunfo em relação aos adversários
Foto: Ulbra TV
Disputando uma vaga ao Senado, o deputado federal Beto Albuquerque (PSB) aposta na reunião de "ideologias diferentes para enfrentar os grandes problemas estruturais do Rio Grande do Sul". Tradicional apoiador do PT, tendo participado dos governos de Olívio Dutra e Tarso Genro como secretário, Beto se une agora a PMDB, PSD, PPS, PSDC, PHS, PSL e PTdoB. Para o parlamentar, o "ciclo de inclusão social" iniciado pelo presidente Lula tem se esgotado no governo de Dilma Rousseff, e a disposição do PMDB gaúcho de apoiar a candidatura presidencial de Eduardo Campos permitiu a aproximação do PSB. Beto foi o entrevistado desta sexta-feira na sabatina promovida em parceria pelo Terra com Ulbra TV e Sul21.
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Beto criticou o governo Tarso por não ter resolvido os problemas estruturais do Estado e ampliado a dívida gaúcha. Também questionou a relação próxima de Dilma com nomes da velha política, citando Paulo Maluf (PP-SP), Fernando Collor (PTB-AL) e os peemedebistas José Sarney (AP) e Renan Calheiros (AL). O deputado eximiu seus companheiros de chapa de ligação com os correligionários, dizendo que "o PMDB gaúcho sempre se rebelou a essas figuras".
"A sociedade brasileira reclama com razão, protesta com razão, a questão da entrega desses serviços (sociais)", disse, apontando que as ruas pedem renovação da política, e que viu essa oportunidade diante da desistência do senado Pedro Simon (PMDB) em disputar a reeleição. "Me honra ser candidato com o apoio de Simon."
O mesmo argumento explica a troca de uma cadeira quase certa na Câmara, onde está no quarto mandato, pela disputa incerta ao Senado: "Acho que a política não é lugar nem para oportunismo nem para acomodação. O RS e as ruas do Brasil pedem renovação, mas renovação com experiência, com atitude". Dito isso, fez questão de ressaltar que, embora mais jovem que seus oponentes, Olívio Dutra (PT) e Lasier Martins (PDT), é o único pré-candidato com experiência parlamentar no Congresso.
Foto: Ulbra TV
Ainda sobre os protestos, Beto comentou a lei antiterrorismo que tramita no Senado. "É um desvirtuamento da democracia querer misturar protestos legítimos com terrorismo, não tem nada que ver. Ainda que haja exagero na ação de black blocs, no fundo, o que a sociedade brasileira reclama é a qualidade ruim da política, a dissintonia da política com o mundo real." Sobre vandalismo, acha um "exagero desnecessário": "Porque muda pouca coisa, talvez dê evidência, mas na prática não traz resultado nenhum. Nem por isso vou achar que tem que criar uma lei antiterrorismo, jamais concordaria nem daria meu voto a esse tipo de iniciativa. A democracia brasileira é jovem, tem apenas 25 anos que nós votamos continuadamente. Isso é muito pouco. Precisamos amadurecer, assegurando a liberdade".
Questionado sobre quem apoiaria num eventual segundo turno entre Aécio Neves (PSDB) e Dilma, Beto disse apostar no sucesso de seu candidato como alternativa ao governo PT: "Para quem quer derrotar a Dilma, o candidato para segundo turno é Eduardo Campos. Os tucanos, o Aécio, são fregueses de carteirinha, porque ajudam a reeditar a discussão que vem polarizando os debates no País, que é o 'nós contra eles', 'o antes e o depois', 'um fez mais o outro fez menos'. Chega disso. Tem que ter uma agenda de futuro".