Foto: Arte / ZH
Foragido do regime semiaberto teria matado Vanessa Medianeira Souza Brito, 35 anos, porque ela chorou após assalto
A morte de uma cabeleireira a facadas na madrugada do último domingo, ao lado da passarela da rodoviária de Porto Alegre, foi um crime previsível, de acordo com a polícia. Vanessa Medianeira Souza Brito, 35 anos, foi golpeada na barriga por volta da 1h30min e não resistiu. A investigação preliminar aponta que ela acabou assassinada por chorar em um assalto.
Ao lado do corpo da cabeleireira, localizado na rampa de acesso à passarela, na Rua da Conceição, foi encontrada uma mala sem dinheiro e documentos – ela vinha de Santa Maria, onde residia, para visitar o namorado. Na manhã de domingo, a polícia prendeu, nas proximidades de um hotel na Avenida Júlio de Castilhos, o casal Tatiane Aquino dos Santos, 31 anos, e Cleiton Gil Moraes de Farias, 39 anos (foragido do regime semiaberto). Eles tinham facas e diversas carteiras e bolsas, incluindo a de Vanessa.
– Crime previsível. O aumento da violência é gradual nesta região, e a falta de policiamento ostensivo é crônica. Somado a isso, o sentimento de "não dá nada" faz com que os delinquentes ampliem a crueldade – afirma o delegado Hilton Müller, que foi titular da 17ª DP nos últimos cinco anos e trocou de delegacia nesta segunda-feira.
Um homem relatou à polícia que viu a vítima numa parada de ônibus na Rua Júlio de Castilhos e alertou-a de que aquele era um local perigoso. Pouco tempo depois, a testemunha presenciou Vanessa sendo imobilizada por Cleiton e ameaçada por Tatiane. Os ladrões se afastaram e, ao ouvirem ela chorando, retornaram. "Te avisei que era para não chorar", falou Cleiton, enquanto desferia um golpe na cabeleireira, conforme da pessoa que teria presenciado o crime.
– Sem dúvida, ela estava muito vulnerável e se colocou numa posição de risco. Como vinha do Interior, talvez não tivesse conhecimento (do perigo) – complementa o delegado Hilton Müller.
Rodoviária garante segurança interna
A Polícia Civil não tem um levantamento do número de roubos e furtos nas imediações da rodoviária da Capital. Porém, segundo Müller, a criminalidade na região vem crescendo gradualmente ao longo dos últimos meses pela falta de policiamento ostensivo e por causa da estrutura deficitária das delegacias.
A administração da rodoviária se comprometeu a investir mais na segurança interna, principalmente nos desembarques à noite. O diretor Giovanni Luigi diz que uma nova empresa de segurança começou a operar em dezembro do ano passado e que aumentaram as câmeras e funcionários à paisana:
– Nosso trabalho é 24 horas e tem surtido efeito, a coisa está bem melhor. Fora daqui, não temos conhecimento de como fazer. Clicrbs