Conta-se que certo imperador da China medieval, ao sair com seu exército para debelar um grupo de revoltosos numa província afastada, jurou diante das tropas que acabaria completamente com aqueles seus inimigos. Chegando lá, tratou-os com tal brandura e amabilidade que eles desistiram da revolta, deixando as forças imperiais ociosas e indignadas. Alguns generais, então, censuraram o imperador, interrogando se era daquela forma, anistiando os rebeldes, que julgava estar cumprindo o seu juramento inicial de destruir totalmente os inimigos. A isso, o imperador respondeu: “Eu cumpri o que prometi. Não derramei sangue, mas onde estão os meus inimigos agora?”
Esta pequena história…
Esta pequena história ilustra uma aplicação sábia de algumas das virtudes mais importantes que o líder político deve cultivar: a magnanimidade, que é aquela grandeza de alma que só os espíritos realmente nobres possuem, como a prudência, o autocontrole emocional, a clemência com os que erram e a paciência diante das situações desafiadoras. Enfim, o bom político é senhor de si, seus impulsos não sobrepujam à boa conduta – ele não se deixa levar por paixões desordenadas, pela raiva, pelo descontrole emocional.
Lucidez da vereadora
Alguém comentou comigo que a vereadora Glades Bertollo (MDB), de Santo Augusto, em seu pronunciamento durante o Grande Expediente, na sessão ordinária de 13/11, teria pedido desculpas à sociedade pelo acontecido (briga) em que vereadores foram protagonistas, na Expofesa. Procurei o vídeo e escutei o que disse a vereadora. De fato, mesmo que pela tangente, Glades referiu e lamentou os fatos acontecidos e, presumo que em nome da Casa Legislativa, magnânima, com a lucidez digna do cargo que ocupa, perspicaz, “pediu desculpas” à sociedade pelo acontecido, onde se envolveram dois de seus colegas vereadores. Se bem que quem devia pedir desculpas seriam os vereadores envolvidos, mas, infelizmente, não tiveram a humildade de reconhecer a mancada.