Por Gazeta do Povo
Imigrantes venezuelanos protestam contra ditador Nicolás Maduro em Guadalajara (México)| Foto: Francisco Guasco/EFE
O apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Venezuela ameaça as relações comerciais do Brasil com outros países, especialmente com os Estados Unidos e os membros da União Europeia (UE). Estes aplicaram sanções contra o regime do ditador Nicolás Maduro, que alega ter vencido as eleições presidenciais realizadas no último domingo (28).
Nesta quinta (1.°), o governo dos Estados Unidos reconheceu a vitória do candidato da oposição, Edmundo González. Nota assinada pelo secretário de Estado americano, Antony Blinken, enfatizou que o resultado avalizado pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), controlado pelo chavismo, dando a vitória a Maduro “não representa a vontade do povo venezuelano.”
Lula tem adotado uma postura dúbia em relação ao resultado das eleições na Venezuela: ao mesmo tempo que diz que ainda não reconhece a eleição, afirmando aguardar a divulgação da votação desagregada por urna, evita fazer críticas aos abusos cometidos pelo governo venezuelano antes, durante e após a eleição.
O presidente brasileiro chegou a afirmar que não havia “nada de anormal” com a vitória de Maduro nas eleições, o que rendeu críticas da oposição.
“As amizades internacionais do presidente Lula com ditadores são preocupantes. Recebeu o ditador Maduro com tapete vermelho”, diz o jurista Ives Gandra da Silva Martins, professor emérito da Universidade Presbiteriana Mackenzie.