Pai e madrasta se negaram a comparecer a sessão em Três Passos.
'Eu jamais seria omisso', comentou advogado de Edelvânia Wirganovicz.
Estêvão PiresDo G1 RS
presos pelo crime (Foto: Reprodução/RBS TV)
A primeira audiência do processo sobre o assassinato do menino Bernardo Boldrini, encontrado morto há quatro meses, terá apenas a presença de dois dos quatro réus pelo crime, atualmente presos. Nesta sexta-feira (22), as defesas de Edelvania Wirganovicz, e o irmão, Evandro Wirganovicz, confirmaram que ambos irão se deslocar, mediante escolta da Superitendência Estadual dos Serviços Penitenciários (Susepe), até Três Passos, Norte do Rio Grande do Sul, onde a sessão ocorrerá no dia 29 deste mês.
Já o pai Leandro Boldrini, apontado como o mentor do crime, e a madrasta, Graciele Ugulini, se negaram a comparecer na audiência, que ouvirá testemunhas de acusação. O juiz da Comarca de Três Passos Marcos Luís Agostini, responsável pelo processo criminal, atendeu ao pedido de dispensa feito pelos dois.
O corpo de Bernardo foi localizado no dia 14 de abril enterrado em um matagal na área rural deFrederico Westphalen, a cerca de 80 km de Três Passos, onde ele residia com a família. O menino estava desaparecido desde 4 de abril. Leandro, Graciele, Edelvania e Evandro estão presos e respondem por homicídio qualificado.
De acordo com a decisão do magistrado, é direito dos acusados optar por não serem conduzidos à audiência, salvo naquela em que serão interrogados. A audiência marcada para a terça-feira (26) é de instrução do processo, quando serão ouvidas testemunhas de defesa e de acusação. A data da audiência de interrogatório dos réus ainda não foi definida.
"Se eu tivesse perdido um familiar, a primeira coisa que eu gostaria de fazer seria comparecer à audiência. Eu jamais ficaria omisso se meu filho morresse. Seria a última omissão", disse ao G1, o advogado de Edelvânia, Demetryus Grapiglia. Segundo o defensor, na tarde desta sexta, ele visitou a ré na Penitenciária Feminina de Guaíba, onde a suspeita está presa desde abril.
"Na conversa, ela demonstrou bastante tranquilidade. Achei que ela estivesse muito frágil e abalada, mas não", disse Grapiglia ao comentar o estado emocional da cliente. Ele destacou que a tática na audiência será reforçar a tese da defesa de que ela não pariticipou do assassinato, mas sim apenas da ocultação do cadáver. A legalidade de provas, como a confissão gravada em vídeo pela polícia no dia da prisão dela, também serão questionadas. "Não havia qualquer advogado com ela nesse momento", disse.
Hélio Sauer, advogado de Evandro Wirganovicz, também assegura a presença do cliente, mas evitou dar detalhes sobre a tática da defesa. "O que posso dizer é que não tenho ligação com nenhum dos réus, e nenhum dos advogados”, declarou.
G1