Pesquisar
Close this search box.

Ah, não dá pra comparar! Governador supervaloriza cargos políticos e despreza os servidores públicos

Ao assumir este segundo mandato, em janeiro deste ano, um dos primeiros atos do governador Eduardo Leite foi sancionar a lei que concedeu 32% de reajuste no seu próprio salário de governador. Também concedeu aumento de 47% no salário do vice-governador; aumentou o salário dos deputados de forma escalonada, sendo 6% em abril deste ano, 5,66% em fevereiro de 2024 e 5,35% em fevereiro de 2025. Além disso, concedeu 47% de reajuste no salário dos secretários de Estado. Em março de 2023, concedeu 9,45% de reajuste no salário dos professores. Indagado pela imprensa porque concede reajuste para alguns e para outros não, Eduardo Leite destilou todo seu desprezo pelo funcionalismo dizendo: “ah, não dá pra comparar”, o que se subentende que para ele, aqueles são importantes e merecedores, estes não.

Para o quadro geral dos servidores públicos, onde se enquadram todos os segmentos da segurança pública (polícia civil, polícia militar, polícia penal e Instituto Geral de Perícia), da saúde e várias outras, depois de sete anos sem o reajuste sequer da inflação acumulada de mais de 57%, o governo concedeu, em 2022, ínfimos 6% de reposição. Este é o Eduardo Leite.

É muita humilhação

Em protesto contra o descaso e para pressionar o governo a repor as perdas salariais que hoje já atinge mais de 60%, os agentes da Polícia Civil do Rio Grande do Sul iniciaram uma paralisação no dia 8 de agosto, que seria de dois dias. Para surpresa de todos, Eduardo Leite, inopinadamente, recorreu à Justiça e, no início da manhã do primeiro dia da pretendida paralisação, foi decretada a ilegalidade do ato. Agora, dia 3, a polícia civil promoveu uma marcha desde o Palácio da Polícia até a frente do Palácio do Governo, solicitando reposição salarial, entre outras reivindicações. Mais uma vez Eduardo Leite desdenhou dos servidores da segurança. Naquela manhã encaminhou um projeto à Assembleia dando R$ R$ 97,76 de vale refeição, que somado aos atuais R$ 268,84, totaliza R$ 366,60. Além disso, com sarcasmo e ironia garantiu que isso representa aumento salarial real de 4,1% a 7%, e que nada mais será concedido em 2023 e 2024.

Aliás

Vale lembrar que além de estar corroído pela inflação em mais de 60%, os salários dos servidores públicos do Estado foram reduzidos drasticamente pelas mudanças feitas por Eduardo Leite na legislação previdenciária e no IPE Saúde, com efeitos danosos aos servidores aposentados, aos de menor salário e aos idosos, eis que esses percentuais descontados do contracheque chegam a até 8% ou 10%, variando de caso a caso.

 

Categorias

Categorias

Arquivos

Arquivos