Na última terça-feira (28), aderindo ao “dia de paralisação” em todo o estado, cobrando o cumprimento de compromissos pelo governo de José Ivo Sartori, mais de cinco mil policiais civis e agentes penitenciários gaúchos cruzaram os braços, com adesão de 100% dos municípios.
Entre as pautas da paralisação estavam elencadas: – Pela realização das promoções marcadas para o dia 21 de abril; – Pelo cumprimento da tabela de subsídios, com reajustes previstos para maio e novembro deste ano; – Contra o atraso nos salários, os cortes de horas extras e o contingenciamento na Segurança Pública; – Contra a alteração nas regras da aposentadoria dos policiais; – Pela convocação imediata dos 650 concursados; – Contra o desmonte da Segurança Pública que causa insegurança à população gaúcha.
Delegado Gustavo e Inspetor Jaime em entrevista à Rádio Ciranda
Em Santo Augusto, os cinco agentes (Inspetores e Escrivães) lotados na Delegacia de Polícia, aderiram à paralisação promovida pelo sindicato da categoria e contaram com a solidariedade e apoio do delegado titular do órgão Gustavo Fleury, o qual concedeu entrevista à Rádio Ciranda e Jornal O Celeiro, enfatizando que os delegados de polícia como gestores da polícia civil estavam dando total apoio à pauta dos agentes, com a certeza de ser uma pauta justa, exigindo tão somente a manutenção daquilo que a duras penas foi conquistado. Quanto a redução dos valores repassados à segurança pública, Fleury referiu que “aqui na região houve uma redução de cerca de 40% das horas extras, e redução na cota de combustível”. Diante da concepção de que “a polícia tem que estar unida, é que estamos unidos aos agentes nessa paralisação”, disse o delegado. Mas, em que pese a redução de recursos, nós estamos trabalhando e jogando as horas de serviços extraordinários em folgas como compensação, uma vez que os agentes trabalham com afinco, como prova o grande número de prisões realizadas, e com alto percentual de crimes elucidados, sustenta o delegado.
De parte dos agentes, o Inspetor Jaime Schreiber disse que a equipe está agradecida ao delegado Gustavo e aos demais delegados da região pelo apoio emprestado à paralisação e às pautas apresentadas pelo sindicato. Reclama que tradicionalmente, em 21 de abril, “Dia do Policial”, o governo publica as promoções de agentes e delegados que ascendem na carreira dentro das respectivas categorias, porém, neste governo, o 21 de abril passou em branco, não houve promoções, e o governo nada fala, não negocia, causando grande apreensão aos agentes. Existem outros pontos que vêm sendo divulgados pela imprensa acenando para possíveis atrasos de salários, parcelamento, o não pagamento dos reajustes aprovados no governo anterior, para os meses de maio e novembro, se estendendo até 2018, isso tudo causa preocupação e incertezas de futuro. É curioso que quando se trata de “segurança pública o governo não tem dinheiro”, “mas enquanto isso outros poderes se autoconcedem aumentos, como foi o caso dos reajustes dos deputados, ao próprio governador, ao vice-governador, ao secretariado”, lembra o Inspetor Jaime.