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A decisão da morte do filho foi dele, a prova existe, afirma MP

Órgão denunciou quatro pessoas por envolvimento na morte do menino

Atualizada em 15/05/2014 | 14h5115/05/2014 | 14h26

O Ministério Público de Três Passos ofereceu nesta quinta-feira denúncia contra Leandro Boldrini, Graciele Ugulini, Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz por envolvimento no assassinato de Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, cometido em 4 de abril deste ano. Os três primeiros responderão por homicídio quadruplamente qualificado (motivos torpe e fútil, emprego de veneno e recurso que dificultou a defesa da vítima) e todos por ocultação de cadáver. Leandro Boldrini foi denunciado, ainda, por falsidade ideológica.

— O convencimento do MP é de que Leandro, Edelvania e Graciele mataram Bernardo. Leandro, pai da vítima, é o mentor intelectual. Ele tinha o domínio do fato, a decisão da morte do filho foi dele. A prova existe — afirma a promotora Dinamárcia Maciel de Oliveira.

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Conforme a promotora, Boldrini e Graciele eram "unidos para tudo e por todo". A promotora ressalta, também, que a madrasta "não gostava do enteado, assim como Leandro nunca demonstrou amor pelo filho". Já Edelvania, atraída como cúmplice, "cedeu aos apelos que acenou com as mãos cheias de dinheiro", de acordo com Dinamárcia.

— Edelvania localizou o ponto para o cometimento (do crime), comprou ferramentas para escavação e cobertura da cova, diligenciou em tudo, inclusive também cavando e cobrindo essa cova. O laudo pericial aponta calosidade recente nas mãos dela. Tudo para receber R$ 6 mil e prestações de um apartamento em Frederico Westphalen — apontou Dinamárcia Maciel de Oliveira sobre a assistente social na denúncia.

A promotora deixou claro que Leandro foi o "patrocinador" do assassinato do próprio filho, a quem chamava de "bichinha", conforme provas obtidas pelo Ministério Público:

— Ele não só desejou a morte do filho, como autorizou os atos para que dessem efeito. É o patrocinador, a pessoa com a maior inteligência para engendrar álibis, pretextos, o sangue frio de um cirurgião que precisa ter um alto controle, raciocínio muito aguçado. Por isso, é o mentor do crime. A pessoa que estimulou a esposa dentro do ódio que já sentia por Bernardo. É a pessoa que não apaziguou os ânimos dentro de casa. Há dentro dos autos, que hoje já estão em quase 15 volumes, passagens em que Leandro se refere a Bernardo como "bichinha".

O Ministério Público está convencido de que Boldrini manipulou a companheira para que ela sujasse as mãos e matasse Bernardo.

— Graciele foi quem, juntou com Edelvania, sujou as mãos. Leandro não ia se envolver e deixar um rastro que pudesse chegar até ele. Ele é o cabeça, aproveitou o destempero da esposa e a manipulou para que ela fosse a contratante dos comparsas, a executora. É isso que ela faz e procura Edelvania. Em ocasião anterior, ela procurou Sandra Cavalheiro, propondo terminar com a vida do enteado — salienta a promotora.

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